"Seja bem-vinda, Iniciativa Liberal..." (cf. aqui).
Em relação ao artigo do Prof. Mário Pinto gostaria de escrever duas notas.
A primeira é a de que ele é um católico assumido, fazendo justiça à opinião que tenho aqui exprimido de que o catolicismo pode ser um grande aliado da Iniciativa Liberal.
Na realidade, quando me tenho referido à Iniciativa Liberal, falo quase sempre também de catolicismo. A minha preocupação é dupla. Trata-se de prevenir que a Iniciativa Liberal se ponha em ruptura com o catolicismo - que é a cultura dos portugueses -, como fez o liberalismo do século XIX e lhe foi fatal. E trata-se também de chamar a atenção para aquilo que têm em comum.
No caso do Prof. Mário Pinto há um princípio comum e que lhe é particularmente caro - o princípio da subsidiariedade do Estado.
A segunda releva também do artigo do Prof. Mário Pinto, que é critico em relação a alguns excessos de individualismo, que vê no programa da Iniciativa Liberal.
Já referi também que a palavra indivíduo deve ser evitada e substituída por pessoa (cf. aqui). Mas a crítica do Prof. Mário Pinto é mais ampla. Trata-se da tendência dos liberais, e também dos socialistas, para considerar que o mundo nasceu com eles (ignorando desta forma o passado e a tradição).
No caso dos liberais, com o seu excessivo ênfase no "indívíduo", eles tendem a ignorar outra coisa - a comunidade. Nenhum de nós nasceu de si próprio. Nós nascemos de uma comunidade, feita de homem e mulher, e, em particular, devemos a nossa existência ao Sim de uma mulher. E quando avançamos na vida, não é raro descobrirmos que aquilo que somos agora é muito mais o produto da comunidade onde nascemos e vivemos do que da nossa própria - e altíssima - recriação.
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