Aquela tirada do presidente do HSJ de que quem criou o Joãozinho não foi ele, mas provavelmente eu, fez-me lembrar a anedota do gitane (cf. aqui)
Mas já em Fevereiro, logo na primeira sessão do meu julgamento, uma declaração do Professor António Ferreira no mesmo sentido, me tinha feito lembrar outra anedota. Esta, do Bocage. Ora, com as anedotas do Bocage é preciso ter mais cuidado do que com anedotas dos gitanes.
Foi quando o Professor António Ferreira declarou em tribunal que eu me tinha ido oferecer a ele para fazer a Associação Joãozinho.
Depois de repetida e insinuada por outras testemunhas, a anedota acabou por ser dada como o facto provado nº 29B da Sentença:
"29B. A associação criada pelo arguido para a construção da ala pediátrica (o Joãozinho) tinha estatuto de utilidade pública". (ênfase meu, Sentença, p. 18)
Mistura-se o Joãozinho e a Associação Joãozinho. E o criador sou eu. O exemplo também ilustra como uma mentira suficientemente repetida em tribunal acaba por se tornar um facto provado.
A verdade acerca disto é que o Joãozinho foi criado em 2009 pelo Prof. António Ferreira, o Dr. António Oliveira e Silva e os outros administradores do HSJ de então. Em 2014 é criada a Associação Joãozinho para dar seguimento ao Projecto Joãozinho. São doze os sócios fundadores entre os quais sete pertencentes ao HSJ (incluindo os seus administradores) e cinco de fora do HSJ (entre os quais eu).
Mas não tem problema nenhum. Eu aceito a paternidade. Passo a ter um filho ilegítimo. Os pais do Joãozinho não são eles, sou eu. Faço como o Bocage.
Era um jantar de gala. O Bocage tinha à direita uma senhora da aristocracia que, por sinal, sofria muito dos intestinos.
Às tantas, aconteceu o inevitável. O cheiro que se espalhou pela sala foi nauseabundo.
Enquanto os comensais se retorciam nas cadeiras, a senhora ficou ruborizada e sem saber o que fazer.
Voltou-se então para o Bocage e suplicou-lhe ao ouvido:
-Ai... senhor Bocage...que vergonha...por favor... diga que foi o senhor...por favor...diga que foi o senhor...
O Bocage ainda hesitou. Mas, num assomo de cavalheirismo, acabou por se levantar e disse:
-Silêncio!...Senhoras e senhores...
E, perante o silêncio da sala, declarou solenemente, inclinando-se sobre a senhora à sua direita:
-O p---- que esta senhora deu... Não foi ela... Fui eu!...
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