22 dezembro 2018

Até hoje

O Professor Marcelo Rebelo de Sousa conhece o Joãozinho muito antes de eu próprio o conhecer, era ainda este projecto mecenático conduzido pelo HSJ.

Em Outubro de 2017, faz agora pouco mais de um ano, entrei em contacto com os serviços da Presidência para pedir ao Presidente da República uma audiência para lhe falar sobre o assunto. Na altura não havia ainda a celeuma mediática em torno da ala pediátrica do HSJ, que só começaria em Abril deste ano.

Havia uma obra parada há ano e meio por incumprimento do HSJ de um Protocolo que tinha assinado. Eu já tinha esgotado todos os recursos. O último tinha sido um almoço de trabalho com o Ministro da Saúde e o presidente do HSJ em que ambos se comprometeram a libertar o espaço para a obra prosseguir e depois nada fizeram. (cf. aqui).

Aquilo que eu tinha a pedir ao Presidente é que exercesse a sua magistratura de influência e pressionasse o Governo a ordenar ao HSJ que cumprisse aquilo que assinou e a obra pudesse prosseguir.

As semanas foram passando, o Presidente nunca mais arranjava agenda para me receber, até que em Abril, pela voz de Jorge Pires, actual presidente da Associação de Pais, o escândalo rebentou.

O embaraço oficial foi enorme.

Nesse dia, a TVI contactou-me para, no dia seguinte, prestar declarações sobre o assunto.

Eu conheci o Professor Marcelo Rebelo de Sousa quando ambos éramos comentadores da TSF no início dos anos 90. Ele é um homem da comunicação social e eu também tenho alguma experiência na matéria.

Tinha agora a oportunidade de o fazer mover, já que pelos canais oficiais não o tinha conseguido fazer.

A frase tinha de ser certeira e fatal.

E assim foi. No dia seguinte de manhã, a TVI entrevistou-me. Eu estava visivelmente agastado. O assunto era escândalo nacional e já podia estar resolvido.

Disse à TVI que já tinha esgotado todos os recursos para pôr a obra a andar, inclusivamente que desde há seis meses pedia uma audiência ao Presidente da República sem que ele me recebesse. E acrescentei: "O Presidente deve estar à espera que morram crianças para depois vir cá dar beijinhos aos pais" (cf. aqui)

Nessa tarde, em Coimbra, o Presidente foi confrontado com as minhas declarações, que saíram à hora do almoço, e estava bastante embaraçado.

Dias depois, a 20 de Abril, recebi uma carta do seu Chefe da Casa Civil, Fernando de Melo,  a dizer-me que o Presidente estava à espera de receber informações do Governo sobre o assunto e que logo depois eu seria recebido.

Até hoje.

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