(Continuação daqui)
II. Rui Moreira
A figura central no assunto da ala pediátrica do HSJ é agora o Presidente da CMP, Rui Moreira.
A recomendação que subscreveu a semana passada na Assembleia Municipal da Câmara é a última oportunidade que ele parece ter dado ao Governo e à Maioria Parlamentar (GMP) para fazerem a obra por via do sector público (cf. aqui)
Se nada acontecer no seu seguimento - e nada vai acontecer -, ele está duplamente legitimado para voltar à sua mensagem da semana anterior, a saber: a Associação Joãozinho é a única solução para fazer imediatamente a obra.
O timing para fazer esta declaração pertence-lhe a ele, embora pressionado pela opinião pública, já que o assunto parece agora não sair da agenda mediática.
No dia em que o Presidente Rui Moreira decidir fazer essa declaração, o risco de que se abra um confronto entre a cidade do Porto e o poder político central em Lisboa aumenta. As suas palavras já deixaram antever o teor desse confronto (cf. aqui) e ele parece agora dar sinais de irritação e desespero com a solução proposta pelo GMP (cf. aqui).
Será o recomeço da obra?
Não. Enquanto as vozes se levantam a partir do Porto, o GMP vai procurar fazer como tem feito até aqui, empurrar com a barriga.
É o Governo, e não o Presidente Rui Moreira, que tem poder para dar instruções à administração do HSJ para que desimpeça o espaço, a fim de que a obra possa prosseguir. E o Governo já deu múltiplas provas de que não quer fazer esta obra. Nem a deixar fazer.
Eu receio que o Joãozinho possa vir a tornar-se o tema central do debate público nos próximos meses e ponha em risco o Governo e a Maioria Parlamentar que o apoia nas eleições que se avizinham.
Não foi para isso que o Joãozinho nasceu.
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