O Joãozinho chegou ontem à sessão plenária da Assembleia da República e tornou-se um tema nacional. Até aqui apenas tinha sido tema na Comissão Parlamentar de Saúde.
Na minha opinião, o Governo tem demonstrado uma enorme complacência com este assunto e isso pode vir a sair-lhe caro, sobretudo se a verdade - cujos indícios começam a vir ao de cima -, vier efectivamente ao de cima e ao conhecimento da opinião pública.
E a verdade é simples: este Governo assim que entrou em funções bloqueou a obra que estava a ser feita pela Associação Joãozinho prometendo que seria ele a fazê-la. Passaram três anos e o resultado foi: nem fez nem deixou fazer.
Ninguém vai aceitar esta crueldade ideológica: em nome da sua rejeição da iniciativa privada e do dinheiro privado, os partidos da actual maioria preferem manter crianças doentes nas condições deploráveis em que se encontram. É a crueldade da ideologia levada ao extremo.
Entretanto, os pais das crianças internadas no HSJ organizaram-se e protestam veementemente. Na realidade, já ameaçam proceder criminalmente contra os responsáveis pelo bloqueamento da obra, que prolongou por três anos as condições miseráveis em que as crianças são internadas. Amanhã organizam um cordão humano em torno da ala pediátrica do HSJ.
Para que a obra possa recomeçar imediatamente nada daquilo que se disse ontem na Assembleia da República é crucial. Aquilo que é crucial é que o Governo se sente à mesa com a Associação Joãozinho, à qual o espaço da obra está cedido, e que mantém o estaleiro no local da obra, estando pronta a recomeçá-la a todo o momento (sozinha ou em cooperação com o Governo).
De nada vale ao Governo e aos parlamentares da actual maioria procurarem fazer de conta que a Associação Joãozinho não existe, como fizeram ontem na sessão da Assembleia da República e têm feito na Comissão de Saúde.
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