Era a estratégia que não requeria preparação e tinha sucesso garantido. O Papá Encarnação convocava uma armada de testemunhas que iam desfilar em tribunal, uma após a outra, sessão após sessão, a dizer bem do Rangel e da Cuatrecasas, ao mesmo tempo que me grelhavam a mim.
O desfecho seria óbvio - character assassination -, acabando comigo e com a obra do Joãozinho.
Com uma liberdade limitada de falar em tribunal, eu teria de aguentar tudo - as invenções, as mentiras, as depreciações pessoais, as insinuações (v.g., o Rangel chegou a insinuar em tribunal que as associações como a do Joãozinho acabavam frequentemente como no caso Raríssimas).
Esta era a "estratégia do salamaleque".
Em breve, o Papá Encarnação se deu conta de que não funcionava. Não só o Tribunal decidiu enveredar por outros caminhos, como o Papá Encarnação despertou para uma realidade com que não contava.
Por cada amesquinhamento que cometesse sobre mim em tribunal - ele ou os seus -, iria receber, de outro lugar, cinco ou seis como retribuição - ele, o filhinho dele, o Dr. Abides, a Quequé, o John Olivetree, o Basquinho, o Paulinho, quem ousasse.
Enveredou então por uma segunda estratégia que foi visível logo a partir do início da terceira sessão do julgamento. Era a "estratégia da recusa". Quem se recusava a assinar o Protocolo não era o HSJ. Era eu, porque insistia em de que lá fosse retirada a Claúsula 7ª e o HSJ, justificadamente, não cedia.
Esta estratégia era muito mais fácil de descartar do que a anterior. E foi despachada em duas penadas. Era óbvio que, pelo final da terceira sessão do julgamento, o Papá Encarnação já andava aos papeis, já tinha perdido o sorriso e estava a perder a cabeça.
E foi a cabeça que ele parece ter perdido na última sessão do julgamento, realizada esta Quarta-feira. Através da testemunha Avides Moreira, a Acusação levou para a sala do tribunal uma nova estratégia que parece ter surpreendido (e muito) alguns dos presentes. Mas não a mim.
Foi a "estratégia da aceitação" que, curiosamente, era rigorosamente oposta da anterior.
Agora eu já queria assinar o Protocolo tal como tinha sido proposto pela Cuatrecasas. Num e-mail que o Avides Moreira exibiu em tribunal (e que lhe foi reencaminhado pelo HSJ) com data de 24 de Abril, eu convocava o HSJ e o consórcio construtor para uma reunião no meu escritório para o dia 30 a fim de assinarmos o Protocolo (na versão proposta pela Cuatrecasas, segundo ele).
E tendo sido questionado por que é que, então, o Protocolo não foi assinado nessa data, o Avides Moreira respondeu:
-Não sei...
(Alguém lhe vai "fazer saber" na próxima sessão do julgamento),
para, em seguida, concluir:
-A partir dessa data, a Cuatrecasas não teve mais nada a ver com o Joãozinho...
(Na próxima sessão do julgamento alguém lhe vai "fazer saber" que teve, e não foi pouco)
Estratégia do salamaleque primeiro, em seguida estratégia da recusa, finalmente estratégia da aceitação.
Tudo falhado.
Entre todas as pessoas envolvidas directamente neste julgamento (mais de vinte), eu sou o mais velho, e logo a seguir vem o Papá Encarnação, com uma diferença que deve andar pelos seis a oito anos.
Como é que um homem desta idade se mete numa coisa destas e faz uma figura destas, é algo que eu tenho dificuldade em compreender. Tanto mais que não deve estar a cobrar nada. Deve ser mero favor político aos comparsas do Partido. Talvez por isso.
Está-lhe a sair caro.
Por cada amesquinhamento que cometesse sobre mim em tribunal - ele ou os seus -, iria receber, de outro lugar, cinco ou seis como retribuição - ele, o filhinho dele, o Dr. Abides, a Quequé, o John Olivetree, o Basquinho, o Paulinho, quem ousasse.
Enveredou então por uma segunda estratégia que foi visível logo a partir do início da terceira sessão do julgamento. Era a "estratégia da recusa". Quem se recusava a assinar o Protocolo não era o HSJ. Era eu, porque insistia em de que lá fosse retirada a Claúsula 7ª e o HSJ, justificadamente, não cedia.
Esta estratégia era muito mais fácil de descartar do que a anterior. E foi despachada em duas penadas. Era óbvio que, pelo final da terceira sessão do julgamento, o Papá Encarnação já andava aos papeis, já tinha perdido o sorriso e estava a perder a cabeça.
E foi a cabeça que ele parece ter perdido na última sessão do julgamento, realizada esta Quarta-feira. Através da testemunha Avides Moreira, a Acusação levou para a sala do tribunal uma nova estratégia que parece ter surpreendido (e muito) alguns dos presentes. Mas não a mim.
Foi a "estratégia da aceitação" que, curiosamente, era rigorosamente oposta da anterior.
Agora eu já queria assinar o Protocolo tal como tinha sido proposto pela Cuatrecasas. Num e-mail que o Avides Moreira exibiu em tribunal (e que lhe foi reencaminhado pelo HSJ) com data de 24 de Abril, eu convocava o HSJ e o consórcio construtor para uma reunião no meu escritório para o dia 30 a fim de assinarmos o Protocolo (na versão proposta pela Cuatrecasas, segundo ele).
E tendo sido questionado por que é que, então, o Protocolo não foi assinado nessa data, o Avides Moreira respondeu:
-Não sei...
(Alguém lhe vai "fazer saber" na próxima sessão do julgamento),
para, em seguida, concluir:
-A partir dessa data, a Cuatrecasas não teve mais nada a ver com o Joãozinho...
(Na próxima sessão do julgamento alguém lhe vai "fazer saber" que teve, e não foi pouco)
Estratégia do salamaleque primeiro, em seguida estratégia da recusa, finalmente estratégia da aceitação.
Tudo falhado.
Entre todas as pessoas envolvidas directamente neste julgamento (mais de vinte), eu sou o mais velho, e logo a seguir vem o Papá Encarnação, com uma diferença que deve andar pelos seis a oito anos.
Como é que um homem desta idade se mete numa coisa destas e faz uma figura destas, é algo que eu tenho dificuldade em compreender. Tanto mais que não deve estar a cobrar nada. Deve ser mero favor político aos comparsas do Partido. Talvez por isso.
Está-lhe a sair caro.
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