À medida que esta armada de testemunhas vai desfilando em tribunal - algumas matando-se umas às outras - a verdade vai lentamente emergindo.
O que é que aconteceu, afinal, e que conduziu a este processo judicial?
Foi assim:
1) Em certa altura, a administração do HSJ - que me tinha pedido para prosseguir o Projecto Joãozinho por via mecenática e que se tinha comprometido para esse efeito - chega à conclusão, certa ou erradamente, que se meteu numa alhada.
A partir daí vai procurar boicotar a obra e o trabalho da Associação Joãozinho.
2) Uma oportunidade de ouro surge quando, estando os trabalhos já a decorrer, se lembra de impor a assinatura de um Protocolo como condição sine qua non para a sua prossecução.
3) O HSJ tem os seus próprios serviços jurídicos. Mas, não desejando a administração do HSJ dar a cara por aquilo que estava a fazer, encomenda o Protocolo à sociedade de advogados Cuatrecasas. A Cuatrecasas é uma poderosa e centenária sociedade de advogados, a segunda maior da Península Ibérica e uma das maiores da Europa.
4) O documento chega à Associação via administração do HSJ e com o timbre da Cuatrecasas. É um documento absolutamente não-assinável pelo seu carácter leonino e ingrato e, ademais, tem duas cláusulas (4ª e 10ª) que são impossíveis de cumprir.
5) A Associação Joãozinho procura negociar o documento com a administração do HSJ. Mas esta encolhe os ombros e diz que nada pode fazer porque o documento foi feito pelos advogados da Cuatrecasas, ao mesmo tempo que espera que eu fique atemorizado com o nome e o poder da sociedade, e desista (não assinando o documento e matando o Joãozinho ali).
6) Engana-se. Eu vou à televisão e desanco a Cuatrecasas.
7) A administração do HSJ afasta imediatamente a Cuatrecasas do processo e o documento final é fechado, por parte do HSJ, por uma jurista pertencente aos seus serviços jurídicos internos.
8) Passa-se entretanto um mês sobre o fecho do documento, mas ele nunca mais é assinado pela administração do HSJ, mantendo a obra parada.
9) Eu chego de novo à televisão e desanco desta vez a administração do HSJ na pessoa do seu número dois, João Oliveira. O documento é assinado uma semana depois (a 7 de Julho).
10) Em resultado da minha primeira intervenção, a Cuatrecasas, e o seu director, põem-me dois processos judiciais por ofensas à sua reputação e bom-nome e arrolam como suas testemunhas os administradores do HSJ.
São eles que estão agora - embora a muito a custo - a contar toda a verdade em tribunal.
E a verdade que eles estão a contar não é bonita de se ver - nem para eles nem para a Cuatrecasas.
A ironia é que sou eu o réu e eles são os acusadores. Mas não deverá passar muito tempo até que a situação se inverta.
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