10 março 2018

O Bem-comum

(Continuação daqui)


III.  Autoridade: O Bem-comum


Na religião católica, a Igreja é a instituição que, sob a autoridade plena, suprema e absoluta do Papa - que é uma autoridade pessoal e que ele pode sempre livremente exercer (Cat: 882) -, visa realizar o bem-comum. Na religião luterana (socialista), ela é substituída pelo Estado e na religião calvinista (capitalista ou liberalismo) pelo Mercado.

O Papa, na sua função de realizar o bem-comum - paz, liberdade, justiça, etc -, está vinculado a Deus. Existe um critério, que é um critério racional, para avaliar o seu desempenho - está no próprio Catecismo que representa a Tradição da humanidade e, antes dele, na Bíblia.

Mas os políticos e os burocratas que são a autoridade no Estado, ou os capitalistas que são a autoridade no Mercado, estão vinculados a quem?

A ninguém.

É um acto de pura fé, que em nenhum momento assenta na razão ou pode ser demonstrado pela razão,  que o Estado - entretanto baptizado Estado-Providência depois de Bismarck - assegure o bem-comum. Como é um acto de pura fé que o Mercado - a chamada mão-invisível de Adam Smith ou a ordem espontânea de Hayek - o possa assegurar.

A tradição protestante, que encoraja o homem a viver pela razão, a aceitar a autoridade suprema da lei, e a rejeitar a autoridade suprema de um homem, afinal não parece ser nada racional. Nâo exsite critério racional para avaliar o seu desempenho.

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