25 março 2018

as vítimas

Naquele que é agora o post mais partilhado dos últimos dias neste blogue (este), admiti que a grande revelação do meu julgamento foram os depoimentos dos ex-administradores do HSJ.

Na altura em que produzi o comentário televisivo que agora me constituiu como réu, eu não podia imaginar que eles estivessem envolvidos no boicote à obra do Joãozinho que aquele Protocolo representava. Por isso, visei apenas a Cuatrecasas no meu comentário, e não também a eles.

O tempo foi passando e outros sinais foram emergindo.  A tal ponto que, já na primeira sessão do julgamento - a única em que falei - eu tivesse declarado perante o tribunal que, se fosse hoje, teria dito tudo aquilo que disse na altura acerca do Paulo Rangel e da Cuatrecasas, mas, além disso,  teria também visado a administração do HSJ (*).

Os depoimentos que se seguiram da parte dos ex-administradores do HSJ vieram confirmar que eu estava agora certo - na realidade, as coisas iam ainda para além do que eu podia imaginar. Os administradores do HSJ actuaram na altura em conluio com os advogados da Cuatrecasas para boicotar a obra, e a iniciativa terá partido mesmo deles (**).

Mas não apenas isso. Em seguida, o Paulo Rangel e a Cuatrecasas puseram-me este processo em tribunal para esconder o mal que, em conjunto com o seu cliente - a administração do HSJ -,  fizeram, e aparecerem eles todos, aos olhos da opinião pública, como sendo as vítimas.

(*) Viria a visar a administração do HSJ cerca de um mês depois - sobretudo o administrador João Oliveira - de uma forma que hoje, olhando em retrospectiva, me parece excessivamente branda e restritiva.

(**) A mesma dificuldade tive com a actual administração do HSJ, presidida pelo Dr. António Oliveira e Silva, que me referia o Ministério da Saúde como sendo o principal responsável pela continuação do boicote à obra do Joãozinho. Só mais tarde descobri que era ele próprio (em cumplicidade com o Secretário de Estado Fernando Araújo). É claro que o Ministro da Saúde não está completamente inocente porque ele tem o poder, conhecendo a situação como conhece, de ordenar à administração do HSJ que cumpra aquilo a que está vinculada.

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