13 outubro 2017

apenas um

Se o Ministério Público quisesse fazer justiça, e não política, não produziria um despacho de acusação de quatro mil páginas, 28 arguidos e 167 crimes imputados.

Faria de modo muito diferente.

Por exemplo, em relação ao Eng. Sócrates, ao qual são imputados 31 crimes, escolheria um desses crimes - apenas um.

Qual?

Aquele para o qual tivesse as provas mais sólidas e irrefutáveis.

Depois, produziria um despacho de acusação de vinte ou trinta páginas anexando as provas relativas a este crime.

"Deste não escapas!".

E só depois, eventualmente, seriam produzidas as outras acusações.

Ora, aquilo que o Ministério Público fez foi dar tiros para o ar, 31 a ver se acertava no Eng. Sócrates, 136 a ver se acertava nos outros arguidos.

O Ministério Público não anda a fazer justiça. Anda a fazer política, e a pior das políticas, porque vem disfarçada de justiça. A consequência é arruinar a credibilidade da justiça, ainda mais do que ela já está.

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