Se o Ministério Público quisesse fazer justiça, e não política, não produziria um despacho de acusação de quatro mil páginas, 28 arguidos e 167 crimes imputados.
Faria de modo muito diferente.
Por exemplo, em relação ao Eng. Sócrates, ao qual são imputados 31 crimes, escolheria um desses crimes - apenas um.
Qual?
Aquele para o qual tivesse as provas mais sólidas e irrefutáveis.
Depois, produziria um despacho de acusação de vinte ou trinta páginas anexando as provas relativas a este crime.
"Deste não escapas!".
E só depois, eventualmente, seriam produzidas as outras acusações.
Ora, aquilo que o Ministério Público fez foi dar tiros para o ar, 31 a ver se acertava no Eng. Sócrates, 136 a ver se acertava nos outros arguidos.
O Ministério Público não anda a fazer justiça. Anda a fazer política, e a pior das políticas, porque vem disfarçada de justiça. A consequência é arruinar a credibilidade da justiça, ainda mais do que ela já está.
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