Este é o capítulo final do livro Joãozinho, sobre a minha experiência de quase quatro anos como presidente da Associação Humanitária "Um Lugar para o Joãozinho" que tem por missão construir por via mecenática a ala pediátrica do Hospital de S. João do Porto.
A primeira conclusão a tirar deste livro - e que é talvez a única que se pode tirar com segurança - é que o principal responsável por a obra não estar ainda feita sou eu, porque eu é que assumi o compromisso de a fazer e ainda não consegui.
O livro é dedicado ao meu neto Joãozinho, que tem tanto tempo de vida quanto o avô à frente da Associação do mesmo nome, quatro meses menos. Eu comecei em Janeiro de 2014 e ele em Maio, ambos no Hospital de S. João.
Aquilo que até agora vivi de bem nesta experiência sobreleva largamente o mal que também encontrei pelo caminho. Conheci pessoas de uma bondade absolutamente extraordinária, mas foi a reacção das mães ao Joãozinho que sempre me impressionou mais e, a partir de certa altura, eu já conseguia antecipá-la. Primeiro, ficavam sérias e em silêncio, para logo depois irem fazer alguma coisa em favor dele.
Este livro não divide as pessoas entre pessoas boas e pessoas más. O mal existe em cada um de nós, entrelaçado com o bem. Em cada pessoa existe bem e existe mal. E, às vezes, praticamos o mal por ignorância, pela simples necessidade de sobreviver, por falta de julgamento e também por ideologia política e partidarismo.
O poder político, nas suas variadas manifestações, tem sido o principal adversário do Joãozinho, embora inicialmente tivesse ajudado. Não sei como vai acabar esta história, fica para desvendar no volume II. Mas não estou muito optimista no curto prazo. Por isso, vou deixar algumas previsões, parte das quais eu gostaria muito que saíssem erradas.
Primeira, o Ministro da Saúde nunca irá convocar a reunião que prometeu para Setembro.
Segunda, o Dr. António Oliveira e Silva acabará por se demitir da presidência do Hospital de S. João.
Terceira - que é, a prazo, uma certeza -, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e o Partido Socialista, em conjunto, um dia deixarão de ser Governo em Portugal.
E eu?
Eu vou ficar aqui até fazer a obra.
O pacto que estabeleci com Deus, Ele parece tê-lo aceite. A tal ponto que até já cumpriu a sua parte.
Eu é que ainda não cumpri a minha.
Pedro Arroja
Porto, 10 de Setembro de 2017.
1 comentário:
Conseguirá. E recorde-se: tudo vale a pena, se a alma não é pequena.
Tenho acompanhado estes escritos atentamente, e fico ansiosamente a aguardar a escrita do Volume II, que espero, seja sobre as vicissitudes e desafios que terá de enfrentar durante a construção. Mormente, a côr das tintas a escolher, a necessidade de antecipar a cobertura, devido a um inverno mais rigoroso, a chegada antecipada das louças, a gestão do excesso de contribuições!
Bem haja!
Daniel Rodrigues
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