-Senhor Pinto da Costa... tenho tanta admiração por si... que a semana passada nasceu-me um filho... e pus-lhe o seu nome...
-Ah sim?... E que nome é que lhe pôs ... Jorge ... Nuno ... Jorge Nuno...?
-Nãooooo... Pus-lhe Jorge Nuno Pinto da Costa!...
Desde que, indo de Lisboa, fui estudar para o Porto em 1972 que comecei a observar com desgosto a ascendência do F.C. Porto ameaçando o Benfica, que tinha liderado o futebol nacional na última década e meia. Em criança eu tinha sido um benfiquista ferrenho, feito sócio do clube aos 5 anos de idade, tinha assistido à estreia do Eusébio e vibrado com todos os grandes êxitos do Benfica no país e no estrangeiro.
Eu reconhecia grande qualidade a um treinador como o José Maria Pedroto e a muitos dos jogadores que iam passando pelo F. C. Porto - e o peruano Cubillas foi para mim o melhor de todos, uma opinião que, muitos anos mais tarde, vi partilhada pelo antigo futebolista, e agora treinador, Jaime Pacheco. Mas nenhum era um Eusébio.
Quando a liderança do F.C. Porto se consolidou a partir do final da década, eu continuava a procurar no relvado o Eusébio do F.C. Porto e nunca o encontrava. Só muitos anos mais tarde me dei conta que procurava no sítio errado. O Eusébio do F. C. Porto estava sentado na cadeira da presidência.
Passados anos, no início da década de 90, rendido à evidência, fiz um comentário muito elogioso sobre ele aos microfones da TSF. No dia seguinte, recebi um telefonema a agradecer-me e a convidar-me para almoçar. Nunca um benfiquista deve ter tido tanta admiração por ele, a qual é retribuída com genuína amizade.
Enviei-lhe um e-mail em Janeiro, através da sua secretária, a pedir-lhe que me recebesse e a dizer-lhe ao que ia. Eu sabia que o F.C. Porto era um mecenas muito desgastado pelo Joãozinho ao longo dos últimos anos. O seu presidente, e os seus jogadores, actuais e veteranos - o caso mais notável era o do Vítor Baía - eram constantemente solicitados para eventos sociais de fund rasing em favor do Joãozinho, ou para visitarem as crianças internadas na ala pediátrica do HSJ.
O presidente Pinto da Costa recebeu-me nas instalações do Estádio do Dragão, em cujo restaurante almoçámos. Por razões pessoais, ele era um homem muito grato ao Hospital de S. João. Ouviu-me, contei-lhe os progressos que tinha realizado, convidei-o para a cerimónia do lançamento da primeira- pedra, e fiquei a aguardar a reacção.
-Vamos já organizar um grande jantar de gala para o Joãozinho!...
Uma semana depois, eu estava à direita dele, sentado numa grande sala de reuniões do Estádio do Dragão, rodeado de pessoal executivo do F.C. Porto, enquanto ele, à cabeceira, distribuía instruções sobre a organização do jantar.
O jantar viria a realizar-se no Pavilhão do Estádio do Dragão a 23 de Abril - o dia em que, curiosamente, ele completava 33 anos na presidência do F. C. Porto. Foi seguido de um espectáculo com o Rui Reininho e o Paulo Gonzo, ambos convidados pelo presidente, e transmitido em directo pelo Porto Canal.
Estiveram presentes trezentas pessoas e cada lugar custava mil euros. Descontando os custos do jantar, a Associação encaixou nessa noite 250 mil euros em favor da obra do Joãozinho.
-Vamos já organizar um grande jantar de gala para o Joãozinho!...
Uma semana depois, eu estava à direita dele, sentado numa grande sala de reuniões do Estádio do Dragão, rodeado de pessoal executivo do F.C. Porto, enquanto ele, à cabeceira, distribuía instruções sobre a organização do jantar.
O jantar viria a realizar-se no Pavilhão do Estádio do Dragão a 23 de Abril - o dia em que, curiosamente, ele completava 33 anos na presidência do F. C. Porto. Foi seguido de um espectáculo com o Rui Reininho e o Paulo Gonzo, ambos convidados pelo presidente, e transmitido em directo pelo Porto Canal.
Estiveram presentes trezentas pessoas e cada lugar custava mil euros. Descontando os custos do jantar, a Associação encaixou nessa noite 250 mil euros em favor da obra do Joãozinho.
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