O caminho está feito de humilhações, truques, cinismos, pequenos meandros, alçapões - e a procissão ainda só vai no adro, eu ainda só lhes estou a tomar o sabor.
Tudo para fazer sentir a quem ali comparece que é um criminoso e para que ele acabe, à força de tantos golpes, por se render a essa evidência. Compreende-se que assim seja quando se trata de um verdadeiro criminoso.
Mas, então, este homem que tinha elaborado sobre mim, sem me conhecer, um dossier de acusação de muitas centenas de páginas - e que a juíza tinha na mão -, quando, pela primeira vez, tem à sua frente o presumível criminoso para o interrogar, não tem nenhumas perguntas para lhe fazer?
Excepto uma - uma pergunta de chacha, para "encher pneus", para "mostrar trabalho", para que conste do Processo que me interrogou.
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