02 março 2017

The Truth

Eu estou encantado por a Verdade se ter tornado um tema de discussão pública. E a última contribuição a esta discussão  foi o anúncio do New York Times durante a cerimónia de apresentação dos Oscars. Tinha o título The Truth.

Tem de ser dar, em boa parte, a Trump o mérito por trazer o tema da Verdade para as páginas dos jornais. O tema até já gerou neologismos, como post-verdade. Mas o meu interesse pelo assunto resulta do seguinte. A ser mantido no centro do debate público, o tema da Verdade é o prenúncio do fim da democracia partidária. É o fim das ideologias.

E é também o triunfo de uma antiga reivindicação do catolicismo sobre o protestantismo, que é a de que Cristo veio ao mundo, em primeiro lugar,  para dizer a Verdade, e não, como pretendem os protestantes, para fazer Justiça (é difícil compreender como é que se pode fazer Justiça sem antes conhecer a Verdade).

A democracia partidária tem sido adequadamente descrita como o sistema de governo por opinião. A opinião é uma visão pessoal sobre a realidade, e não é necessariamente coincidente com a Verdade. É na congregação de opiniões semelhantes sobre a realidade que se formam os partidos políticos, exactamente da mesma maneira que é na congregação de opiniões semelhantes sobre a realidade que se formam as seitas protestantes.

A Verdade, escreveu S. Tomás de Aquino, é a adequação do espírito à realidade, mas é um pouco mais do que isso. É também uma convicção íntima sobre a realidade e é isso que a torna particularmente difícil de propagar. Ao contrário da opinião que, sendo uma convicção exterior sobre a realidade, é mais fácil de transmitir. É fácil proselitar sobre a opinião, é muito difícil fazê-lo sobre a Verdade.

Um exemplo ajudará a esclarecer a situação e o ponto a que quero chegar.

É uma verdade absoluta para mim que uma criança precisa de um pai e de uma mãe para ser convenientemente educada. Aos vinte anos de idade, eu nunca teria afirmado isto como verdade e muito menos como verdade absoluta.  O que é que me leva a fazê-lo hoje, e não naquela altura?

Uma convicção íntima resultante da experiência que tenho hoje, mas não tinha na altura, resultante de educar os meus filhos (agora acrescida - e confirmada - por ver os meus filhos a educarem os deles) . Fazendo o balanço, há imensas coisas que eu lhes pude dar  - muitas delas aparentemente insignificantes e que, cada uma de per se,  não faria a diferença, mas que em conjunto são de uma relevância extraordinária - e que a mãe, só por si, não lhes poderia dar. E há ainda mais coisas que a mãe lhes pôde dar e que eu seria incompetente para o fazer.

Se ao meu lado, por exemplo, num debate televisivo, está alguém a contestar, dizendo que não senhor, um casal de homossexuais pode educar tão bem uma criança como um casal heterossexual, que os homossexuais em casal são pessoas tão boas e tão competentes para educar uma criança como um homem e uma mulher, eu acredito que essa pessoa vai ser mais popular do que eu. Primeiro, porque está a apresentar uma novidade e as pessoas gostam de novidades - e na nossa cultura católica, que é uma cultura feminina, nem se fala... Segundo, porque está a apelar ao sentimento de quem nos ouve,  defendendo os homossexuais enquanto eu pareço desmerecê-los.

Vale a pena fazer aqui um parêntesis para dizer que os defensores das causas fracturantes são sempre uns sentimentalões. Aquilo que lhes sobra em sentimento falta-lhes em cabeça. A arma deles é o sentimento, não a razão. Coitadinhos dos homossexuais... vamos permitir que eles também se casem e adoptem crianças. Coitadinhos dos doentes terminais...vamos permitir que eles se matem. Coitadinhas das mulheres que engravidam sem querer...vamos permitir que elas abortem. Não vale a pena pretender ter um debate racional com estas pessoas. Não existe razão nelas,  apenas sentimento.

Qualquer pessoa que tenha vivido o suficiente - não é preciso sequer que tenha criado filhos, basta ter observado o que viu à sua volta durante a vida - depois de me ouvir, vai dizer de si para si: "Claro que uma criança precisa de um pai e de uma mãe". Mas esta convicção íntima não é excitante, nem original, não causa furor anunciá-la ao mundo. A outra é que é excitante e original e produz um imenso impacto anunciá-la nos jornais e na televisão. E o autor torna-se um herói, um protector dos coitadinhos, um franciscano dos homossexuais, dos doentes terminais e das mulheres indesejadamente grávidas.

No fim, porém, uma coisa é verdade e a outra é mentira.

Entretanto, noto que já me desviei muito do meu tópico principal ou que ele é longo de mais para ser tratado num só texto (a Verdade é que a minha mulher me chama para jantar). Continua no próximo capitulo.


47 comentários:

Anónimo disse...

A tua mulher? Metes-lhe o dedo no cu e dizes na Foz que a enrabaste. Porcalhão.

Ricciardi disse...

Sim, uma criança é melhor educada e resulta mais equilibrada se for criada por um casal tradicional.

Mas ainda mais importante do que isso é ser educada por um casal tradicional que lhes dê amor.
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Portanto, o equilíbrio está na conjugação entre as 1) referências masculinas e femininas reunidas num casal tradicional e 2) o amor que lhes podem dar.
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Falhando uma delas há desiquilíbrio.
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O mesmo é dizer que um casal tradicional não garante equilíbrio na educação duma criança por poder falhar o essencial: o amor. O que aliás parece ocorrer muitas vezes. Pais e mães perfeitamente bestas. Tradicionalmente bestas, digamos assim.
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Eu não concordo com a adopção de crianças por casais homossexuais enquanto houver casais tradicionais disponíveis a adoptar.
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Mas acho que é preferível ser adoptado por um casal não tradicional, esgotadas as possibilidades de adopção tradicional, do que ficar numa casa do gaiato ou numa casa pia.
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Rb

Ricciardi disse...

A questão não está propriamente na certeza de que é melhor ser educado numa família tradicional.

A questão está nas situações fora desta forma. Nas crianças que não tem família e que precisam de ser adoptadas. É para estas situações que se discute e não para as situações normais.
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Começa logo pelo alegado direito a adoptar. Não há direito algum. Ninguém tem direito a adoptar. Podemos ter o direito a tutelar uma criança, e isso significa atribuir a tutela a quem achamos que lhe vai proporcionar melhor educacao. Equilibrada entre as referências sexuais e o amor.
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Rb

Euro2cent disse...

> família tradicional.

Ah, a novílingua em acção.

Decerto por contradistinção ao parlar geringoncico moderno, em que uma família igualmente válida pode ser uma alcateia de lobos, se nos despirmos totalmente de preconceitos.

José Lopes da Silva disse...

O que diria o PA aos 20 anos se na sua infância e adolescência tivesse um ambiente de guerra em casa e a paz só chegasse depois de os seus pais se divorciarem?

Que verdade absoluta se retira desta experiência pessoal?


(O divórcio hoje já não é tema, mas eventualmente seria ou sê-lo-á, de novo.)

Anónimo disse...

Se é assim, como justifica, dr. Pedro Arroja, o seu ar de paneleiro?

Zephyrus disse...

O Antero e companhia eram dados ao socialismo, isso em parte justifica o seu jacobinismo.

Mas uma coisa eles nao explicam. Os estados italianos especialmente no Norte eram riquissimos e mais catolico que aquilo nao ha. A Austria sempre foi riquissima e do mais catolico que ha. A Franca tao ou mais rica que a Inglaterra mas com uma cultura catolica. A Belgica tambem. Os estados mais ricos da Alemanha... catolicos tambem. E na Suica os cantoes catolicos tambem sao ricos. A Catalunha rica e catolica. Algo falha... a Igreja Catolica em si nao e a causa da pobreza portuguesa nem do atraso... talvez o mais seja outro... sim a Igreja contribui em Portugal para o nosso atraso mas foi, atencao, a Igreja Portuguesa, e mais concretamente dentro da Igreja portuguesa foram os Dominicanos. Ora o que quero dizer com isto? Que a culpa nao foi de Roma em si... da Igreja enquanto instituicao... a culpa esta em casa um de nos, esta na cultura portuguesa, e quem fez a Igreja portuguesa foram homens educados na cultura portuguesa...

Deve-se contudo fazer uma excepcao para os Jesuitas portugueses, que nao eram tao maus como se diz, tinham cientistas e humanistas, educaram grandes mentes que foram obrigadas a emigrar por causa da Inquisicao e alias discordavam dos Dominicanos...

Ora mas ha mais coisas. Quem fez boa parte do sucesso do Norte da Europa e dos EUA e Canada foi a religiao. A moral protestante, o puritanismo, o sacrificio pelo trabalho. Portugal por exemplo nunca teve puritanismo...

Eu quando era adolescente deixei-me influenciar muito pelo Eca e pelo Antero e outros do genero mas hoje em dia ja nada me dizem. E como emigrei percebi que em Portugal ha uma ideia muito errada e distorcida da realidade social na Europa do Norte.

Um pais catolico pode ser ate mais rico e avancado que um pais protestante, coloquem apenas os homens de elite certo no local certo e facam as leis certas e a Constituicao certa.

Zephyrus disse...

Olhando para tras, o leque de ilusoes foi notorio.

A Inquisicao foi um erro brutal.

A expulsao dos Jesuitas foi outro erro.

O Liberalismo, outro erro.

A Republica, mais um erro.

O 25 de Abril, outro erro.

O euro, outro erro.

Agora pergunto a quem souber responder. O que tem em comum todos estes eventos?

Pedro Sá disse...

Excelente texto para se perceber bem quais os perigosos efeitos no lado heterossexual de se ser contra a adopção por casais homossexuais.

Por essa ordem de ideias o que se vai fazer, proibir os divórcios havendo filhos (o que seria uma bela treta e inútil pois cada vez menos gente se casa e aí então é que ninguém se casava)? Dar preferência a adopção tendo morrido um dos progenitores? Etc.

Claro que isto não esquece onde está o preconceito efectivo, que é contra homens criarem crianças sem mulheres ao lado. Basta ver nas reacções típicas em caso de viuvez - se ela arranja outro é isto e aquilo e não liga aos filhos, se ele arranja outra faz muito bem senão como é que ia tratar dos miúdos etc etc.

E, também, não haja a menor dúvida que se por hipótese académica se falasse apenas em adopção por casais de lésbicas isso seria algo totalmente pacífico, mas se é de gays é que é o fim do mundo.

E já nem vou falar da adopção por pessoa individual. Ainda que prevista na lei, é um Senhor Tabu.

Unknown disse...

A velha e relha pergunta : por que será o óbvio tão difícil de entender?...
É que estas "questões" só se põem nos países, onde o ovo da serpente do marxismo cultural encontrou o terreno favorável não só à sua disseminação mas , inclusive, à sua imposição.
Bastacer o que vai por aí ( e a Ibéria é um caso paradigmaático ) de "hate laws".
A coisa seria ridícula se não fosse perigosíssima.
Apontamento : estas merdas não aparecem no leste europeu - para não mencionar a "Santa" Rússia.
Querem ver que a on"u" e respectivas agências e ongs são parte interessada na coisa...

Unknown disse...

"Basta ver".

Euro2cent disse...

> o que se vai fazer, proibir os divórcios

Porque não? Funcionou assim durante vinte séculos.

A igreja estendeu os benefícios do "confarreatio", praticado pelos aristocratas romanos, à população em geral. O casamento indissolúvel como pre-condição formal para a actividade sexual protegeu as mulheres durante esses vinte séculos.

Os aristocratas, invejosos, desenvolveram o progressismo, e deram-no ao povo, que agora se atomiza em individualidades disfuncionais, desamparadas frente ao estado e poderes diversos. Claro que os aristocratas continuam a praticar entre si a "família tradicional", porque não são parvos.

E lá vamos cantando e rindo.

marina disse...

se querem que a taxa de natalidade suba na europa terão de voltar a proibir o divórcio. clarinho como água. natalidade nupcialidade e divorcialidade andam de mãos dadas. a poligamia sequencial que o divórcio proporciona é baril para os homens , mas é incompatível com taxas de natalidade altas.

ou então inventem úteros artificiais e plantem pessoas em estufas:)

Euro2cent disse...

> plantem pessoas em estufas:)

Meh, o camarada Huxley já tinha previsto essa (eram "decantados" ;-), mas nem vale a pena, para os nossos donos isto dos humanos está obsoleto, vão-se aviando com uns povos de substituição, importados, mais servis (nem é preciso ir ao "homus servus" de outro autor), enquanto isso dos robotos acaba de cozer.

"Methinks" que nos vamos todos lixar com F grande, donos incluídos, mais dia menos dia.

Anónimo disse...

Como disse ontem um ilustre conservador polaco, as mulheres são idiotas e inferiores aos homens e por isso não devem receber um salário igual ao dos homens. A verdade é que devido às feministas e aos marxistas culturais as mulheres já não sabem qual é o seu lugar natural na sociedade e pensam que têm direito a um trabalho, à independência financeira, ao divórcio e convenceram-se de que as suas opiniões, ideias e vontade são relevantes, quando, como disse o Schopenhauer, não passam de seres com cabelos longos e ideias curtas. Como qualquer animal de estimação, elas merecem ser protegidas pelos homens porque são fracas e não sabem o que é melhor para a sua vida: não sabem que se deviam limitar a cuidar dos filhos e da casa e que cabe aos homens definir as regras da vida social e familiar, pois só assim podemos viver em harmonia e de acordo com o Direito Natural que estabelece que os homens são os chefes de família.

marina disse...

oh senhor , não é protegidas pelo homem , é protegidas pelas instituições. têm de ser de fiar , as instituições. o casamento não faz rigurosamente sentido nenhum havendo divórcio , não devia já existir casamento : as pessoas organizavam as suas vidas sozinhas e iam tendo parceiros conjunturais , que é o que já fazem os que percebem que não pode haver sol na eira e chuva no nabal.

zazie disse...

Completamente, Marina.

Há quem não enxergue a contradição.

José Lopes da Silva disse...

...a ver se o marxismo cultural chega rapidamente à Ásia e à África, para ver se param de se reproduzir como coelhos.

Anónimo disse...

A instituição que melhor pode proteger as mulheres é bem conhecida: é a burka.
O Schopenhauer é que tinha razão...

Euro2cent disse...

> O Schopenhauer é que tinha razão...

O Schopenhauer - que até nem era parvo de todo para aquilo que sabia - mandou umas bojardas de gajo solteiro. Se tivesse uma matrona de rolo da massa em punho em casa para o mandar voltar com o escudo ou deitado nele (como alguns por aqui ;-) logo via o erro dos seus dichotes.

Mas 'obit anus, abit onus' foi bem desenrascado para um tipo que jantava no café.

marina disse...

olhe ,anónimo , vou-lhe explicar de uma forma que talvez perceba: imagine o acréscimo de trabalho para os tribunais quando começarem a morrer os pais de 3 filhos de 3 mães ou as mães de 3 filhos de 2/3 pais. as partilhas vão ser o máximo:)

Ricciardi disse...

Marina, que confusão mental aí vai.
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Aquilo que é contraditório é manter um casamento sem amor.
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Não há razão alguma, excepto o bem estar dos filhos, que cabe aos pais decidir, para manter uma mentira. Hipocrisia, em suma.
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Rb

marina disse...

o casamento não é por Amor , se fosse , não acabava....chame-lhe desejo , paixão , posse , social , o que quiser.
e o que eu penso , sem confusão nenhuma , é que a instituição casamento , como forma de estruturar uma vida , acabou , enterre-se. homens e muheres devem procurar a independencia economica ( no caso dos homens , também , digamos , doméstica: cozinhar limpar lavar etc) e ir namorando , parindo pouco e pronto.

zazie disse...

Por acaso acho que é mais que isso, nem que seja uma mera patranha simbólica e quem a está a revitalizar são os maricas

ehehehehe

Estas cenas sociais e de status têm muito mais peso que meros sentimentos.

E há a família, para quem não é parvo.

zazie disse...

Agora, enquanto instituição que protegia a família, foi destruída pelas patranhas feministas que só agradam a quem não quer responsabilidades.

Quem não quer responsabilidades de todo e a meias, nunca foi obrigado a casar.
Deviam ter deixado a instituição para a família e para ser protegida pela lei.

Os mariconços e fufas recorrem a ela pelo mesmísmsimo motivo. Por causa do efeito afrodisíaco das heranças e IRS

zazie disse...

Agora isso do casamento não ser por amor já era. Passou a ser. E depois vieram outras coisas mas ainda existe no Ocidente por amor. Tal como podem existir relações de facto também por amor.
Manter era efeito da lei e pressão familiar.
A família foi perdendo poder e a lei também foi aliviada e isso não trouxe melhores resultados. Antes pelo contrário.

Ricciardi disse...

O casamento é um ritual. Sem ritual, que a igreja (as igrejas vá) proporciona, deixa de ter o mesmo significado e importância.
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Esse ritual, com convidados, com padrinhos etc confere responsabilidade ao casal. Deixa de ser um mero acordo entre duas pessoas para se tornar numa promessa pública. A mulher e o homem passam a ser uma só carne, simbolicamente.
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O ritual é mais importante do que o contrato em si mesmo.
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O problema devém com inviessmento mental. Os cônjuges passam a ter a ideia, errada, de que são propriedade um do outro. Os problemas começam nessa altura. Quando se confunde a alma de cada um com posse. Ora, a alma não se adquire pelo casamento. Antigamente as mulheres sujeitsvsm-se a ser propriedade dos maridos por necessidade. Hoje não. Felizmente.
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Rb

zazie disse...

Estava-se a falar do casamento civil. O único que tem legislação governamental. E foi esse que foi alterado, porque é o único que conta para IRS, heranças e divórcios (pela ordem que quiserem)

zazie disse...

O ritual civil há-de ser cá uma coisa.
O ritual é o papel passado e o status que isso dá

zazie disse...

E a protecção que isso dava à família, aos filhos e às mulheres. Alterou-se a lei para pior.

zazie disse...

O "inviesamento" do neurónio solitário é que é tramado.

ahahahahaha

marina disse...

ahahahaha , realmente :)

marina disse...

pois mudou para pior . se um tipo não paga a pensão de alimentos não lhe acontece nada. nos países de leste vai preso , só isso.
o divórcio significa , para muitas mulheres ,risco de pobreza. isso tem consequências para os filhos : mudam de casa , de bairro , escolas piores.
em parte , elas são tolas , resolviam o problema com a custódia partilhada , parte da semana em casa de um , parte da semana em casa de outro , despesas e responsabilidades realmente a meias.

zazie disse...

A custódia dos filhos é igual, por lei, haja casamento ou não haja.
A vantagem do casamento era a permanência dentro dele. Para saltar fora nem precisa entrar.

":OP

Eu piorou para as mulheres em geral. Para as mais velhas, pela ordem natural das coisas. Para as mais novas, porque agora aturam tretas que dantes nem casadas aturavam. E se querem filhos, bem podem esperar sentadas ou adoptar cãozinho.

zazie disse...

Esta cena moderna da "violência doméstica" entre miúdos e miúdas que são apenas namorados é fruto disso. Da inexistência de casamento e da estupidez da igualdade de género.

Uma amiga minha contou-me o caso de uma colega dela, cuja filha menor era espancada por um puto que era namorado. E depois foram para tribunal e o tribunal decretou que o puto não se podia aproximar.

Eu só perguntei se a violência se passava na cama e se o pai e a mãe da rapariga nem tinham vergonha.

Pelos vistos perderam todos a vergonha e agora gritam por ó da guarda às associações de igualdade e às malucas da UMAR.

zazie disse...

Pela lógica do "inviesmento" solitário, isto é progresso. É a tal cena de estar de acordo com a "cultura" do presente.

eehhehe

São umas bestas quadradas e os filhos é que as pagam.

zazie disse...

Ah, claro, para que se perceba- a mãe da tal moça justificou logo que isto de sexo, agora é assim- começam mais cedo.

E a apanhar na fuça em altura que devia ser de sedução, também.
Porque os tipos deixaram de precisar de proteger mulheres, ou de as cortejar; ficam xoninhas e depois é mais fácil bater nas raparigas- de "igual, para igual".

marina disse...

sim , é muito curioso , pq essa coisa da "violência no namoro" , é coisa muito moderna . nem se percebe como as emancipadas jovens , e sexualmente muito à frente , aturam o que as avós não aturavam. também não se percebe como os pais e irmãis das violentadas não vão ao focinho do violentador , que era o que acontecia no tempo pré moderno :)

zazie disse...

Podes crer.

Mas as estúpidas das causas feministas vendem a ideia que é o machismo que aumenta. Por cá dizem que ainda é fruto do salazarismo, nem que os putos sejam adolescentes.

O pai da miúda menor que ia para a cama com o puto que lhe batia, agora diz "agarrem-me, senão eu mato-o".

Mas á miúda nem um estalo porque isto agora de sexo e levar porrada é como "entre marido e mulher".

Esta cena de haver gente nova, sem o menor compromisso e todos igualitários e as miúdas a acharem que são emancipadas, é a maior patranha que se inventou.

É mentira. È uma cena contra-natura pior que bicho. Mais estúpida que animal, porque até animal fêmea se faz cara para ter crias.

Esta treta dantes não acontecia. Só àquilo a que se chamava "mulheres de má-vida". Ninguém aos 15 ou 17 anos andava a bater numa rapariga com quem queria namorar e nenhuma rapariga alguma vez na vida, achava que levar na tromba era namoro e precisava disso para ter sexo.

Ricciardi disse...

Ah, estavam a falar do casamento-contrato. Falavam da forma, portanto.
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Eu falava do casamento-instituicao. Uma instituição anterior ao papel e à escrita.
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O casamento, substantivamente, anuncia o início duma família. Não anuncia o início o conjunto de leis que o rege.
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Portanto, se falarem do casamento-contrato ainda conseguem ter menos razão. Justifica-se ainda mais a existência do divórcio. Todo o contrato tem uma resolução.
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O casamento-instituicao tem outros considerandos para lá das leis. A família que se inicia junta duas famílias dos nubentes na festa do casório. Não é apenas a cerimônia de juntar duas pessoas. É a cerimônia de juntar duas famílias que se tornam familiares.
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Eu tenho muitos sobrinhos. Cinco deles vivem com as suas mulheres e tem filhos. Mas apenas dois fizeram um casamento. Ora, eu só conheço as famílias desses dois que casaram. As dos outros não faço ideia de quem são. Está mal.
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Rb

marina disse...

não , eu não falo do casamento contrato , se falasse , em vez de dizer que devia desaparecer , dizia que devia ter prazo , tipo renovável de dois em dois anos ou parecido :)

Ricciardi disse...

Boa ideia marina. Automaticamente renovável de cinco em cinco anos, salvo denúncia com pré aviso de uns meses.
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Mas também me pareceu que não estávamos a falar de casamento contrato.
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Rb

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

Mas há algum casamento religioso sem o contrato civil?

Quando se fala na instituição casamento, estão pressupostas todas essas decorações a adornar o contrato.

Ricciardi disse...

Sempre houve zazie.

Podes casar pela Igreja e nao casar pelo civil. Basta um padre e padrinhos. Seres batizada. Mas se casares pela igreja não precisas de casar pelo civil.
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Rb

zazie disse...

Claro que não é preciso. Fica automaticamente tudo no BI e nem existe registo civil do caso.

Aliás, pode-se até ser poligâmico com casamento religioso por outra religião. Nas calmas. O Estado acata tudo.

As heranças são reguladas pelas igrejas, não é preciso mais nada.

Ainda bem que nem existiu Revolução Francesa

zazie disse...

Ah, e os divórciso. Os divórcios "quando acaba o amor" também são questão tratada pelas "igrejas"