A “DISSOCIAÇÃO”,
como o termo indica é um estado mental de afastamento da realidade, diferente
do delírio psicótico que implica um corte com a realidade.
A dissociação tem
graus diferentes que vão desde ignorar voluntariamente um determinado assunto,
para minimizar a ansiedade que lhe está associada, ao devaneio mental, até à
doença das múltiplas personalidades.
Na Programação Neurolinguística
– PNL – a “dissociação” é a designação que se atribui a uma posição percetual
externa, por oposição à “associação”, que é quando vemos o mundo pelos nossos próprios
olhos.
Quando estamos
associados, isto é, quando vemos o mundo pelos nossos próprios olhos, a
representação da realidade evoca um conjunto de emoções e sensações distintas
das que emergem quando estamos dissociados.
Pensemos nas
fobias, por exemplo. Uma pessoa que tenha aracnofobia (fobia de aranhas) entra
em pânico quando está próxima de uma aranha, mas tem uma reação diferente
quando recorda o episódio, vendo-se de fora. Neste caso aprecia o ridículo da situação,
pode até rir, e sente alívio pelo distanciamento.
Imaginem-se ao
volante de um automóvel que se aproxima de um cruzamento e que, de súbito, se apercebem
de que o semáforo mudou para vermelho (estado associado). Como reagem? O que
sentem?
Nessa situação,
eu sinto “stress”. Entro em estado de alerta, foco a consciência no momento, confiro
o que se passa à minha volta, em frações de segundo, e travo ou acelero, de
modo a evitar qualquer acidente. Apanho um susto, por assim dizer.
Agora imaginem-se
à janela de um edifício a verem-se ao volante de um automóvel que se aproxima
de um cruzamento, sem abrandar, quando o semáforo passa para vermelho (estado
dissociado).
Nesta perspetiva,
eu não sinto stress, mas curiosidade, e sou mais rápido a julgar o meu próprio
comportamento ao volante. ‹‹Faz muitas destas e vais ver›› - pensaria.
Em psicoterapia
neurolinguística, a dissociação pode ser utilizada para consciencializar o cliente
das diferentes perspetivas que a mesma situação ou problema oferece. Num conflito
entre duas pessoas, por exemplo, podemos pedir ao cliente que se coloque na
posição de um observador independente e que nos dê a sua perspetiva nessa “posição
percetual”.
Como tudo muda
quando muda a perspetiva; é impressionante, não é?
2 comentários:
Muito interessante.
Obrigado!
a empatia natural dá muito jeito , então : poupamos uma data de palavras caras e estados dissociativos na hora de ver o problema desde a perspectiva do outro.
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