22 fevereiro 2017

terroristas

Dois Conselheiros de Estado, actuando como "comentadores políticos", vendem informação confidencial aos écrans de duas estações de televisão, informação que é adquirida através do acesso privilegiado às fontes e à teia de relações pessoais que os seus cargos lhes proporcionam.

E põem o Estado em polvorosa com o caso CGD em que o próprio Presidente da República é visado. Como réplica, e para abanar ainda mais o Estado, surge agora o caso das transferências para países offshores no tempo do anterior Governo.

Não se pode dizer que o negócio dos dois Conselheiros de Estado seja original. O Presidente da República, enquanto Conselheiro de Estado, deu o exemplo durante anos.

Houve um tempo - era o tempo de Salazar - em que aqueles que queriam destruir o Estado eram chamados terroristas. Atacavam o Estado a partir de fora. A diferença é que agora atacam o Estado a partir de dentro.

O Estado democrático em Portugal não precisa de inimigos. Basta-lhe ter Conselheiros.

Cito o Jornal Oficial da Geringonça para constatar que o Parlamento está a ficar muito esganiçado.

3 comentários:

Ricciardi disse...

Um dos dois comentadores que leêm SMS de banqueiros tem já um problema pela frente. Por coincidência ou não, um comentador, de entre os dois, está profissionalmente envolvido em transferências de dinheiros para paraisos fiscais.

Como são os dois comentadores advogados deixo à vossa consideração perceber qual deles é.

Na minha terra costuma-se dizer que quem tem telhados de vidro...
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Pois, um deles tem feito alguns jeitinhos a criar offshores a algumas pessoas.
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Não estou a afirmar que o governo está a tratar da saúde ao comentador especialista em offshores e leis fiscais em retaliação ao dossier SMS. Mas que parece, lá isso parece.
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Rb

Euro2cent disse...

>Não estou a afirmar que o governo está a tratar da saúde

Acho que isto é a frase mais portuguesa que já vi nos últimos meses.

Tem tudo: o idioma ("tratar da saúde", i.e. bater), a equivocação ("não estou a afirmar"), o ódio-respeito a "eles" ("o governo"), e uma pontinha de inveja implícita.

Está perfeito, é mandar para o Plano de Leitura.

Ricciardi disse...

A parte da inveja é incorrecta. Não invejo nada a posição do comentador. Ele próprio, em bom português, afirmou que estava a arranjar lenha para se queimar.
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Ele há certos políticos que triunfam profissionalmente independentemente dos partidos que estão circunstancialmente no governo. São requisitados por uns e outros sem salamaleques tribais.
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O comentador em causa é um deles. Trocou a 'indpendencia' que lhe dava acesso ao melhor de dois mundos por um prato de lentilhas.
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O povo diz, e com razão, que um tipo não deve cuspir no prato de quem lhe dá de comer.
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E agora? Que português com bom senso (e com muito dinheiro) requisita os bons ofícios dum comentador que perdeu a 'independencia'?
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Pois. Nestas alturas esses comentadores 'independencia' devem regressar à vida política activa a ver se refazem o negócio e voltam a recuperar a devida independência.
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Rb