22 janeiro 2017

não ajuda nada

Antes de estabelecer as diferenças entre  Logos e razão científica, gostaria de tomar um pequeno espaço para uma observação.

Longe vão os tempos em que a Teologia se exprimia em forma de Diálogo, como na Summa Teológica de Tomás de Aquino. Eu podia imaginar-me a colocar as questões a que o Mestre respondia.

Hoje a Teologia exprime-se em discurso, um discurso dirigido a uma massa anónima de pessoas versadas na  matéria - os especialistas (teólogos). Exactamente como a Ciência. Tornou-se fechada e um tanto esotérica, com o seu jargão próprio frequentemente impenetrável aos leigos (como têm os biólogos, os economistas, etc.).

Joseph Ratzinger, talvez o maior teólogo católico da modernidade, não foge à regra. Existe muito de kantiano nele, embora ele também seja um crítico de Kant. Aquela forma algo fechada de se exprimir, dirigida sobretudo aos seus pares e numa linguagem que só eles entendem, não ajuda nada à divulgação da fé cristã e à restauração dos valores cristãos na sociedade, e que ultimamente têm estado em acelerada perda.

Recentemente, a propósito da noção de Logos, decidi ler um pequeno livro daquele que é também considerado um grande teólogo católico da modernidade - Hans Urs von Balthasar. Eu ia à procura da resposta à questão que o título levanta: "Só o Amor é Digno de Fé".

Porquê?

O livro é pequeno mas foi um esforço enorme tentar compreendê-lo, e  não estou nada certo que o tenha conseguido fazer. Ele cita tantos autores e tantas correntes de opinião teológica, contrapõe tantos pontos de vista opostos elaborando sobre cada um deles, que, francamente, eu ainda não consegui encontrar a resposta à questão que me levou a pegar nele: Por que é que só o amor é digno de fé?

Vem isto a propósito do Logos. Na vida corrente, onde é que se exprime o Logos? Em muitas situações  - na esmagadora maioria das situações, muito mais do que naquelas onde se aplica a razão científica - mas, em primeiro lugar, nos múltiplos diálogos que diariamente ocorrem entre uma mãe (ou um pai) e o seu filho.

Por exemplo, neste diálogo entre uma mãe e o filho que se prepara para sair de manhã para a escola:

-Veste uma camisola...
-Oh mãe, mas eu  não tenho frio...
-Faz o que eu te digo!...

Não existe razão  científica neste diálogo (a mãe até pode ser perfeitamente analfabeta), mas existe Logos - seguramente os quatro elementos do Logos que indiquei em baixo. Existe Palavra (Diálogo). Existe Autoridade pessoal (da mãe em relação ao filho). Existe amor  (expresso no sentimento de protecção da mãe em relação ao filho).

E existe Razão, sobretudo essa. A mãe sabe (coisa que o filho aparenta não saber) que o tempo que faz lá fora lhe pode causar uma doença. E sabe também que as partes do corpo mais importantes a proteger do frio são o peito e as costas (e não, por exemplo,  as pernas, caso em que ela lhe teria dito para vestir um segundo par de calças por cima do primeiro)

14 comentários:

Anónimo disse...

Doutor Pedro Trimalquião Arroja,´

Adquira, pela módica quantia de 15 euros na Fnac, os estudos de cultura clássica da professora Rocha Pereira em vez de fazer figuras destas.

zazie disse...

O Ratzinger fez aquela palestra numa universidade. Não tinha de apelar à fé nem era popular.

Aliás, foi mesmo por esse facto que quando o ameaçaram de morte, foram perfeitamente imbecis. Se os muçulmanos tivessem intelectuais de préstimo, o mais que tinham de fazer era responder teoricamente.

Há formas de falar que são intelectualóides e existem outras que requerem termos específicos e conceitos específicos, como a filosofia.

Depois pode-se é explicar a questão de forma simples, ou complicada.

Eu acho que a explique de forma simples e o PA entendeu

":OP

zazie disse...

A Maria Helena da Rocha Pereira não explica literalmente nada acerca da questão. Não são estudos clássicos que traduzem ou interpretem noções filosóficas.

Nem têm de ser.

zazie disse...

Está aqui a palestra do Ratzinger

Não sei o que tem de complicado, em comparação com economês ou outras linguagens técnicas específicas.

Anónimo disse...

Pedro Arroja: segundo Ratzinger (o complicadinho) Logos, em Grego Antigo, tinha duas 'tonalidades' — Palavra e Razão.
Acho que a Razão é mais frutuosa para um Criador.
Pode palavrear mas, antes, Pensou.

Treine a ler o que Ratzinger escreve. É mesmo preciso treino.

zazie disse...

Não seja burro. Até o Heráclito que é sempre chamado de filósofo materialista fala num logos que governa o mundo e equipara-o a uma ordem- uma lei primordial- o Verbo é mais que v. a palrar.

O verbo é semelhante ao Nous de Anaxágoras. No Início era o Verbo.

zazie disse...

E vou indo que se há coisa incomodativa são estes imbecis ateus ignorantes a quererem corrigir o que as bestas nem entendem.

Euro2cent disse...

Por estas e por outras é que os aristocratas romanos compravam pedagogos gregos para lhes ensinarem os rebentos a perorar, mas proibiam teatros que lhes corrompessem a plebe.

E depois, como observou o camarada Maorx, trata-se de mudar o mundo com a ponta de um gládio.

Ricciardi disse...

"Fé (do Latim fide) é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade[2] sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão. A fé acompanha absoluta abstinência de dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e da lógica conceitual. Ou seja, é impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo.
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Definido o significado de fé, não é, pois, possível combinar fé com razão.

"...se uma pessoa acredita, confia ou aposta em algo, não significa necessariamente que ela tenha fé."
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É possível nutrir um sentimento de fé em relação a um pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, um paradigma popular social e historicamente instituído, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. Tal sentimento não se sustenta em evidências, provas ou entendimento racional (ainda que este último critério seja amplamente discutido dentro da epistemologia e possa se refletir em sofismos ou falácias que o justifiquem de modo ilusório) e, portanto, alegações baseadas em fé não são reconhecidas pela comunidade científica como parâmetro legítimo de reconhecimento ou avaliação da verdade de um postulado."
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Em suma, faço minhas as palavras de Cristo: felizes os que acreditam (fé) sem ver (provas).
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Sto Agostinho admite que começou a ter fé de forma inexplicável. Não foi um produto da razão que o levou a ter fé.
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O único grande filósofo que descobriu a resposta para isto é um anónimo do povo, provavelmente sem instrução, quando disse: a fé não se discute. E eu acrescentaria na linha de Sto Agostinho: intui-se.
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Rb

Anónimo disse...

Não apagues que é verdade. A zazinhas fritas a subir a morais soares deita um pivete de meter nojo a um porco. Lava essa cona puta velha do caralho

Anónimo disse...

Zazie leia Ratzinger. Não diga que o leu. Não arme em... sei lá que caca...

zazie disse...

Olh´ós os pachachinhas. Devem ter ido ontém à manifestação. São tão elegantes os feministas de pachanha mole que nem sei como não aparecem também na televisão.

Anónimo disse...

caluda porcalhona. vai chupar o caralho do macho e toma banho

Anónimo disse...

se não tens macho eu dou-te de mamar. vamos pôr essa boquinha num brinco cabra velha. chuchaste mais pichota do que o macaco banana