03 novembro 2016

O Grande Arquitecto

O tema da maçonaria também é referido na entrevista:

Spinoza y Locke tomarían como base esta idea de la libertad para fundar una filosofía iluminada solo por la razón, independiente de la verdad teológica, algo que confluiría más tarde en la masonería.

e, no post em baixo, é feita referência à gnose.

O Grande Arquitecto da maçonaria é um Deus laico, mas racional (como a sua profissão indica). Tem os seus defeitos, é sectário e excessivamente preocupado com interesses económicos e poder político.

Mas até aqui, tudo parece aceitável. Ninguém é perfeito e o Grande Arquitecto, embora sendo um "Deus", não foge à regra.

O grande defeito do Grande Arquitecto, e que o distingue radicalmente do verdadeiro Deus, é que o amor não existe nele. 

5 comentários:

José Lopes da Silva disse...

"A Terra permanecerá habitável durante pelo menos outro milhar de milhões de anos. A civilização começou apenas há poucos milhares de anos. Se não destruirmos a humanidade, estes poucos milhares de anos poderão ser apenas uma fração ínfima da totalidade da história humana civilizada (...) A crença em Deus, ou em muitos deuses, impediu o desenvolvimento livre do raciocínio moral. A descrença em deus, abertamente admitida por uma maioria, é uma realidade muito recente, ainda inconclusa. Porque isto é tão recente, a Ética Não Religiosa encontra-se numa fase muito incipiente."

Derek Parfit, «Reasons and Persons»

Ricciardi disse...

A Igreja colocou-se a jeito para a emergência de cisões. Cresceu demasiado nos aspectos mundanos que precipitaram o nascimento de oposições várias. Lutero, Calvino etc.
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O Zoroastrismo aconteceu coisa semelhante mas, ao contrário da igreja católica, o mundanismo em que se transformou a religião Zoroastroista praticamente deu cabo dela. Reinou durante 1000 anos e morreu praticamente.
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A Igreja esqueceu-se daquilo que era e passou a exercer um poder desmesurado. Sobre as realezas, burguesias e sobre o povo.
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Os reis estavam fartos do poder papal. As burguesias emergentes queriam ganhar dinheiro em paz sem a pecaminidade do lucro, o povo farto da excessiva autoridade da igreja.
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Lutero surge a criticar a venda ostensiva de indulgências. Aqueles papelinhos que, a troco de dinheiro, amnsitivam os pecadores e, principalmente, os criminosos reecidentes.
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Portanto, a igreja estava mesmo a pedi-las. E Lutero não se fez rogado.
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A Igreja aprendeu a lição. Hoje a igreja respeita a laicidade dos estados e até a promove. Já não manda nos reis ou presidentes mas influência. Já não castiga as burguesias porque ganham dinheiro, mas alerta para os excessos no apego ao dinheiro. Já não vende indulgências, finalmente, mas perdoa aqueles que realmente se arrependem.
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Esta bem assim. Lutero foi importante para colocar a igreja no sítio onde deve estar.
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Estou até convencido de que, com esta postura papal das últimas décadas, é provável que a Igreja ganhe terreno ao luteranismo e calvinismo.
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A igreja tem-se abstido de guerrear os protestantes e, inteligentemente, tem mostrado aos povos que tem valor. Não precisa de criticar os luteranos mas atrai-los pelo bem e pelo exemplo.
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Rb

CCz disse...

"O grande defeito do Grande Arquitecto, e que o distingue radicalmente do verdadeiro Deus, é que o amor não existe nele."

Excelente!

zazie disse...

Até o Gama sabe explicar a boa da tolerância luterana na Suéca que ainda nos anos 70 expulsava médicos e professores e todo o catolicismo por lá.

Pedro Sá disse...

O Grande Arquitecto, obviamente, é TOMÁS TAVEIRA.