Él destruyó la sociedad de su tiempo, además. Estableció una relación directa entre el individuo y Dios, privando a la persona de la comunidad. En la interioridad de nuestra propia conciencia uno puede hacer decir a Dios cualquier cosa que se le ocurra. Destruye la verdad teológica...
Lutero tirou a Igreja (Ekklesia, Comunidade) da intermediação entre o homem e Deus, estabelecendo uma relação directa entre um e Outro.
Ora, quando um homem começa a falar directamente com "Deus" (às vezes referido como "a sua consciência") sem que a conversa seja auditada por alguém que queira bem a todos - Deus, exprimindo-se na verdade teológica da Igreja -, o potencial para dizer e concluir asneiras dessa conversa, e para fazer o mal, é ilimitado.
Esta é a principal consequência da revolução operada por Lutero - a asneira e o mal passam a ser livres e com um estatuto igual ao da verdade e do bem. É a isto que hoje em dia se chama liberdade de expressão.
6 comentários:
Pode crer. Começam coma as vozes e acabam a meter ao bolso ou a ditar leis.
E ele vigarizou tudo. Adulterou passagens dos evangelhos só para poder apagar ritos.
Bem que o Erasmo saltou fora. Esse era outra loiça
Este é um dos pontos que leva a que nunca na vida eu pudesse ser cristão em geral e católico em particular: a definição objectiva do que é bem e mal. Como se cada ser humano não pudesse fazer o seu próprio e livre julgamento.
Acresce que essa conclusão é completamente contraditória com algo que vi escrito recentemente, se não pelo PA por essa autora, que a doutrina de Lutero retiraria toda a liberdade ao ser humano fazendo-o fantoche do destino.
Por fim, lamento que defenda a censura. E, em bom rigor, a sua lógica é exactamente a mesma que a dos PANs e afins deste mundo: querer impor a todos uma determinada e alegadamente virtuosa noção de bem. E por vontade deles também censuram toda a "maldade".
Cuidado com o efeito boomerang, Arroja!
Antes do Lutero ter defendido a relação directa com Deus na interioridade da consciência individual, já eu tinha afirmado algo parecido: "in interiore homine habitat veritas". E que eu saiba a igreja não me acusou de ser herético, idiota ou doido, mas, pelo contrário, considerou as minhas ideias teológicas como verdadeiras e a minha doutrina sobre o pecado original e a sua relação com os prazeres carnais e sexuais como a explicação para a existência do mal.
Calma aí, Santo Agostinho. O verdadeiro responsável pela subjectivação da verdade não foste tu, mas sim eu, pois eu sou a verdade, o caminho e a vida. Eu sou o verdadeiro fundador da conversa directa comigo próprio, para além de ser o precursor da oposição às autoridades religiosas que se julgam donas da verdade e do bem. Por isto mesmo fui condenado à morte, por querer expressar livremente a Boa Nova.
Nessa altura ainda sabias o genitivo singular da terceira declinação.
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