Se eu fosse criança e ficasse sem pai, e fosse necessário escolher um pai adoptivo para mim, eu gostaria que ele fosse escolhido de acordo com os critérios que o Vaticano utiliza para escolher o chefe de estado, e não de acordo com os critérios que Portugal utiliza para escolher o seu.
O meu pai adoptivo seria um homem, e não indistintamente um homem ou uma mulher; seria um homem de elite, e não um homem qualquer; seria um homem responsável, e não um qualquer egoísta; ficaria ligado à minha mãe para sempre, e não por um tempo limitado; seria uma figura de unidade na família, e não uma figura de divisão; e, acima de tudo, seria escolhido pela minha mãe, e não imposto à minha mãe.
O povo raciocina no concreto, por analogia e também por imagens. Foi assim também que Cristo se exprimiu através das suas célebres parábolas. É também o modo de pensamento das mulheres, muito mais do que dos homens. Pelo contrário, a massa raciocina à homem, de forma abstracta, por dialogia e argumento intelectual.
O povo é uma figura de mulher, e essa é também a figura da Igreja (Maria). Pouco antes de morrer, Cristo, falando para Maria e apontando para João (o seu discípulo mais novo e também o seu preferido) disse-lhe: "Mulher, tens aqui o teu filho". E, depois, falando para João e apontando para Maria: "Tens aqui a tua mãe". Sem laços originais de consanguinidade, João e Maria ficaram unidos numa comunidade cujo centro é Maria, a mãe. A Igreja (ekklesia, comunidade) é precisamente a figura de Maria. É neste sentido que se diz que o povo é uma figura feminina.
Toda a família gira em torno da mãe, sem a qual não há laços de comunidade, que são laços de amor. É assim na família nuclear e é assim numa comunidade mais alargada, como a Igreja ou uma Nação, como Portugal. A função principal do homem é servir a família - a mulher e os filhos -, uma função sem a qual dificilmente alguma família consegue sobreviver.
Parece irónico que sejam homens (os cardeais) a escolher o homem ideal para a mulher, Maria, que é a Igreja. A ironia desaparece quando nos damos conta que esses homens - o colégio dos cardeais, sendo a elite da comunidade ou povo católico - são precisamente a melhor expressão da figura de mulher em que consiste a Igreja. No fim, o homem é escolhido pela própria mulher, pela comunidade.
Não há homem que mais deseje conhecer uma mulher, e lhe agradar, do que aquele que está impedido de ter relações íntimas com ela. É o caso de cada um dos cardeais, que passaram uma vida impedidos de as ter. Estes são os homens que melhor conhecem a natureza feminina e que mais desejosos estão de a satisfazer, e portanto os mais capazes de escolher um esposo para a mulher, que é Maria, a Igreja.
No fim, o Vaticano elege como chefe de estado um esposo e um pai de família. E Portugal elege o quê?
Veja a seguir.
PS. Não sei se reparou que nos últimos anos do Pontificado de Bento XVI todas as semanas apareciam na comunicação social escândalos sobre a Igreja Católica (sexuais, políticos, económicos, etc.) vindos dos países tradicionalmente opostos a ela, como a Alemanha, o Reino Unido ou os EUA, e subscritos por autores politicamente mais à esquerda e radicais. Com a eleição do Papa Francisco, há cerca de dois anos, como que por milagre, esses escândalos eclipsaram-se, e deixou de se falar neles. Porquê? Porque a Igreja deu aos contestatários um Pai de que eles gostam mais e no qual eles próprios se revêem. Com Francisco a Papa, qual é o esquerdista que se atreve a criticar a Igreja? Nenhum. A esses contestatários e adversários da Igreja, como a quaisquer meninos mimados, dá-se-lhes aquilo que eles querem e eles calam-se. A Mãe conhece bem os seus filhos, mesmo aqueles que se encontram extraviados.
5 comentários:
Quantas vezes nos Testamentos (o novo e o antigo) se menciona que se deve ajudar as viúvas e os órfãos?
A mulher orienta as amizades, as afinidades, os espíritos. Só desune quando algum membro da SUA família estiver em perigo.
O homem é bom para trabalhar, para sustentar a SUA família. E chega!
O actual Papa tem muito "apoio" da esquerdalhada. Como Jesuíta e eleito Papa, não pode ser tonto. Deve estar a "fazer-lhes a cama".
http://presstv.ir/Detail/2016/01/09/445083/Germany-choir-school-Ulrich-Weber-Catholic-Church-Regensburg-Pope-Benedict/ é verdade, o ataque é sempre dirigido a Ratzinger.
São imperdíveis os "Discursos de Setembro", de 2006 a 2012, de Bento XVI. Se não conseguirem arranjar o livrinho, podem ir gravá-los no site do Vaticano e lê-los.
Aconselho a ir por passos, de 2006 até 2012, sem saltar. Dá um melhor sentir da modificação do Papa na forma de redigir: menos académica (mas sempre) e mais próxima do leigo.
Ler devagar. Estar preparado para as críticas que ele endereça com mui grande subtileza.
Um espanto de cabecinha.
Creino, como sempre.
Um grande bem haja.
Seu ( e da histérica da Zazie, bem entendido) de sempre.
Populaça, primo da Marina, homessa, da Marisa
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