24 junho 2015

farmácias fazem peditório

Os cidadãos mais carenciados vão passar a beneficiar de um apoio social no pagamento de medicamentos. Segundo noticia hoje o jornal Público, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) criou um fundo que será alimentado por empresas e cidadãos, cujo objectivo é ajudar a financiar as pessoas que não consigam comprar a totalidade dos medicamentos receitados.
Quando o sistema começar a funcionar, o que está previsto acontecer até ao final do ano, bastará que os beneficiários apresentem o cartão de cidadão* na farmácia para terem acesso a essa ajuda monetária, sem terem assim de ser identificados, segundo confirmou o Público junto da ANF.
"É um projecto de responsabilidade social, não um sistema de comparticipação nacional, mas sim de acesso para pessoas muito desfavorecidas", explicou Nuno Flora, secretário-geral da ANF.
O responsável das farmácias explicou que os cidadãos podem ajudar com donativos ou através do "sistema de arredonda", ou seja, arredondando o valor da factura a pagar na farmácia. Podem ainda ser criadas campanhas nas farmácias do tipo "Ofereça um medicamento ao João".
Comentário: Não se compreende bem este projecto da ANF, uma vez que o Estado Social já contribui com isenções para os mais desfavorecidos e situações especiais.
Por outro lado, as farmácias irão prescindir das suas margens na venda dos medicamentos comparticipados por este fundo? Senão o peditório parece que é para as farmácias. Esclarecimentos, pf.
Não seria melhor que a ANF se preocupasse em apresentar medidas para racionalizar o consumo de medicamentos? Cujo excesso tanto prejudica a saúde dos portugueses.

* Então o CC não é uma identificação?

6 comentários:

zazie disse...

Não seria melhor perguntar aos médicos por que motivo receitam tantos medicamentos?

Ou às farmacêuticas que lhes pagam para isso.

Anónimo disse...

Gostava que o Joaquim me explicasse:
- quem prescreve em Portugal;
- quem se opôs durante décadas à racionalização dos gastos boicotando de forma decisiva a generalização dos genéricos;
- porque é que questiona uma iniciativa exclusivamente privada para resolver problemas dos seus concidadãos;
- porque é que a sigla ANF lhe provoca shut-downs sucessivos do córtex pré-frontal

marina disse...

a mim n me apanham nisso , e quem deixar arredondar eh tolo. pagamos impostos a mato para que? fonix

zazie disse...

Se não.

Rui Alves disse...

Suponhamos que a Farmácia Enrólopovo tem 50 clientes mensais que aceitam aderir a essa campanha. Assim, todos os meses compram na Farmácia Enrólopovo e em média arredondam 50 cêntimos, cada um, em cada acto de compra.

Ora, como dizia o outro, é só fazer as contas. São 50 cêntimos vezes 50 clientes por mês em donativos. Ao fim de 12 meses, cada um dos clientes doou 6 euros para apoios sociais, e os 50 clientes totalizaram 300 euros em doações para o dito fundo solidário.

Pergunta:
No próximo apuramento de impostos, como se repartem as legítimas deduções previstas para estes casos? Cada cliente tem direito a declarar os 6 euros que doou, ou a Farmácia Enrólopovo faz cortesia com chapéu alheio e declara em seu benefício uma doação de 300 euros usurpada aos clientes?

Por outras palavras, os que fazem a doação são os mesmos que colhem os benefícios fiscais decorrentes? Ou alguém está a aproveitar a situação para engavetar mais uns trocos?

Julgo saber a resposta, e a mim é que não me apanham nesses joguinhos de "contabilidade criativa". Haja paciência!

Anónimo disse...

"Ofereça um medicamento ao João".

É tíco " um tostão para o S. João".