20 junho 2015

2 choques 2


Na minha vida sofri dois grandes choques culturais, por assim dizer. O primeiro ocorreu no início da década de 90, aos 40 anos. Tinha regressado dos EUA e começado a exercer a minha atividade no Porto, quando compreendi um conceito muito simples:
-       Não é possível instruir a populaça!
Porque é que foi um choque? Porque assumi, irrefletidamente, que após o 25 de Abril, estavam criadas as condições para elevar o nível cultural da população. Como arrumei o assunto durante mais de uma década, quando aterrei na realidade sofri um choque. A populaça continuava a titilar com “o bacalhau quer alho”.
O segundo choque é mais recente e revelou-se já após a guerra do Iraque. Acreditei que, em liberdade, os povos, saberiam escolher as soluções políticas mais adequadas ao sucesso colectivo. Erro novamente.
-       Os povos não têm capacidade para escolher as melhores soluções políticas!
Julgo que não necessito de evocar dolorosos exemplos (Sócrates...) para ilustrar esta constatação. As tragédias políticas evitam-se limitando o leque de escolhas possíveis, como num sistema bipartidário em que ambos os partidos são responsáveis.
O segundo choque, convenhamos,  é quase um corolário do primeiro. Uma populaça inculta não faz escolhas civilizadas.
Aceitemos a realidade que Deus nos deu. O mundo é o que é, não é﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽ que seja.ois a realidade que Deus nos deu. o sta constataç escolher as soluç no iné o que nós queremos que seja.

5 comentários:

Anónimo disse...

Está a seguir os passos do Mestre, no caminho da conversão.

Está muito calor. Vou beber mais uma cerveja.

Euro2cent disse...

> Não é possível instruir a populaça!

Alguém devia avisar aquele fulano dos apóstolos de que a coisa não funciona.

Francamente, estes raciocinios estão um bocado mancos. E a percepção da realidade é confusa.

Os nossos donos não precisam de populaça instruída (para além de pequenas quantidades), precisam de populaça entretida. E as escolhas políticas ... quais escolhas?

(O facto de andarmos distraidos com o folhetim 44 só mostra como é fácil entreter-nos.)

Anónimo disse...

É justamente por não ser possível instruir a populaça que o Juiz Carlos Alexandre só tem de dar, nesta fase, explicações aos seus pares. Não tem de dar explicações para alimentar a calhandrice ou desejos voyeuristas de quem anseia por saber as maiores ou menores intimidades do Sócrates. E há bons indícios de que esse juiz até está a fazer o que deve: até agora dos vários que tiveram de opinar sobre a prisão preventiva, só um juiz (esta semana) é que entendeu as coisas de uma forma diferente daquelas que todos os outros entenderam!
Lembro-me perfeitamente de ouvir o Prof. Gentil Martins quando era Bastonário - em directo - a dar uma entrevista onde declarou: «É à Ordem dos Médicos que compete decidir se um médico que deixou um bisturi dentro de um paciente, depois de o operar, praticou ou não um acto de negligência médica.». À guisa de conclusão poderíamos declarar: cada populaça tem os Políticos, os Juízes e os Médicos que merece.
JJosé

Harry Lime disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Harry Lime disse...

Concordo contigo, Jaquim (a sério!)

Mas se a "populaça" não tem a "não têm capacidade para escolher as melhores soluções políticas" então quem tem?

Tu? Eu? Um comité (central?) de sábios?

Rui Silva