22 março 2015

o delírio burocrático dos portugueses


Esta manhã fui com as miúdas a um SPA, para nadar um bocado e descontrair. Logo à entrada a menina foi-me informando que não vendiam entradas para a piscina e que teria de adquirir uma “diária” – um passe para 24 horas – por 25,00 €. As mais pequenitas só pagavam 6,00 €. Enfim, pareceu-me excessivo mas a média era aceitável e aceitei.
De seguida veio a papelada. Tínhamos de preencher uma folha com o nome, contacto e assinatura idêntica ao BI. Ainda, cada um tinha de preencher uma espécie de boletim de saúde com perguntas diversas sobre sermos portadores de doenças infecto-contagiosas, etc.
Expliquei que apenas íamos passar 1 hora na piscina e que esta burocracia me parecia excessiva.
-       Mas é necessária para usar o ginásio – explicou-me a funcionária.
-       Nós não vamos usar o ginásio – disse-lhe.
-       Não interessa, o seu passe dá para tudo.
‹‹Fónix››, disse à I., parece impossível. Nessa altura olhei para as pequenitas e constatei o desapontamento delas. ‹‹Pronto, vão vocês››, resolvi. Fui ler para o bar e deixei-as a tratar da burocracia. Por estas e por outras é que muitos “healthclubs” estão com dificuldades. Que raio de empresa dificulta o acesso dos clientes?
O delírio burocrático dos portugueses é diabólico.

8 comentários:

Anónimo disse...

Salazar já tinha constatado isso.

Há gente que trata os clientes quase como inimigos.

JC

Bmonteiro disse...

Certo. Na piscina Restelo (oferta Santana Lopes à cidade), entreguei há anos declaração médica para frequentar.
Há dias, com nova tutela, Junta freguesia-CML, uma nova declaração sobre saúde e higiente, assinada por mim, + um papel.
Não perdemos uma oportunidade para mostrar empenho e trabalho.
Um que nos topou bem nos idos do PREC:
Uma das particularidades portuguesas: o gosto da pequena polícia, a que mantém relações sentimentais como povo. A sua arte de bisbilhotar, de procurar por trás, de inventar razões e causas, a um tempo teima de funcionário e regressão à inteligência infantil. Ou bem que os portugueses não fazem nada, ou bem que vão até ao último pormenor e, chegados aí, largam tudo como de costume (196)
As revoluções, quem quer que sejam os seus autores, não mudaram nada. Conduzem aos mesmos abismos. A dificuldade é mudar o homem (192)
Dominique de Roux (1977, Paris)
“O quinto império”

marina disse...

sao as regras da Ue , Joaquim...as empresas cumprem o q lhes pedem para n serem multadas . e sabe se la se o joaquim n e um fiscal a paisana :)

zangue se eh com os inuteis de bruxelas .

Cfe disse...

A papelada deriva de exigências estatais.

E exigências estatais derivam sempre de grupos de pressão a proteger seus próprios interesses.

Euro2cent disse...

Aí no Puarto não há umas pixinas munissipais como em Lixboa, onde a cambra às vezes dá albergue aos "sem abrigo"?

Aí é só tirarem cópia do cartão de sidadaum, e tá fixe.

A água está à mesma tempratura, e tem a mesma porcentage de clore*.

Fica a dica.

(*A camarada Ayn Rand, autora do Mein Kampf do liberalismo, consideraria isto um bem equivalente a qualquer SPA de nariz emproado.)

Rui Alves disse...

São regras de segurança e controlo que ultrapassam a nós, comuns mortais. Nunca se sabe o que os clientes estão a tramar, não vão eles fugir com a espreguiçadeira escondida na toalha ou levar a piscina para casa. Todo o cuidado é pouco. Creia-me, chegará o dia em que a bem da segurança colectiva o cliente será obrigatoriamente examinado por um dermatologista no caminho para o trampolim.

Anónimo disse...

A zazie esteve a nadar na piscina e ficou o tanque semanas com o cheirete a bacalhau. cautela!

Anónimo disse...

Já fui lá desinfectar com hipoclorito a 14%.