Eu antecipo um futuro nada risonho para este juiz Carlos Alexandre (e para o seu compagnon de route, o procurador Rosário Teixeira).
A cultura portuguesa - os portugueses - não aprecia nada este tipo de "heróis", apesar da publicidade que temporariamente lhes concede, o herói que só é valente e bravo quando tem o poder pelas costas.
Este homem não tem julgamento. Um homem de julgamento não aceitaria mais do que um dos processos com a dimensão e a complexidade dos vários que ele tem em mãos e sentir-se-ia pequeno para o julgar.
Mas este pseudo-juiz sente-se capaz de tudo. Não tem tempo sequer para folhear os processos, mas distribui penas de prisão a torto e a direito sem culpa formada (a culpa só está formada no final da fase de instrucção, altura em que o processo passa para o tribunal e para julgamento).
Em certo sentido, vai ter a mesma sorte do juiz Baltazar Garzón, aqui ao lado. Acabará a ser julgado, embora nessa altura os portugueses lhe reconheçam o direito que ele não reconhece aos outros - o direito a um processo justo (due process). E, quase de certeza, passará uns tempos na prisão, fazendo valer a regra de ouro que, na cultura protestante, se exprime assim: "Não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti" (Na cultura católica, exprime-se de forma positiva: "Faz aos outros aquilo que gostas que te façam a ti")
É irónico, mas é talvez um sinal de Deus, que o processo mais mediático de todos - o de José Sócrates - tenha o nome de Marquês. Isto é justiça à Marquês (de Pombal).
Este patife, que atropelava todas as regras de justiça para perseguir os seus adversários reais e imaginários, quando perdeu o poder e foi julgado queixava-se, coitado, da duração dos interrogatórios, e que nenhum dos crimes que cometeu foi cometido por ele - ele estava simplesmente a executar ordens do Rei como se o Rei, com a vida que levava, alguma vez lhe desse ordens.
Na hora da Verdade, este mauzão tornou-se um cordeirinho e provou ser aquilo que são todos os mauzões quando o poder se lhes acaba - um cobarde.
14 comentários:
Não, os que os portugueses "apreciam" é ser en******* por políticos corruptos. O melhor é chorar pelo Sócrates, coitado. Tem gozado tão "pouco" estes anos todos, que só temos de lamentar a vida "dura" que ele tem tido.
Eu também antecipo um futuro nada risonho para este juíz, e para outro qualquer que se atreva a praticar justiça neste país. Aliás, aí está a prova da preferência pela velhaquice, no artigo do Pedro Arroja.
o PA a fazer equipa com o Miguel Sousa Tavares, a Clara Alves, o Mário Soares e o advogado dos negócios obscuros Proença ? quem diria...quem te viu e quem te vê...
a bem dizer o juiz nao tem culpa que acreditando na candida almeida *nao ha corrupçao no pais * tivessem organizado as coisas de modo a ser um unico juiz a ocupar esse cargo , nao e?
e a descriçao do marque cai q nem uma luva e no animal feroz :)😄😄😄😄
Agora que com tanto processo em mão a coisa não vai ser fácil não vai.Esperemos que o MP lhe apresente a papinha bem feita...
Vinha aqui apenas notar que o processo Marquês é, na verdade, bastante simples, sendo apenas ampliado por se tratar do exPM. Obrigadinho. Não sou um robô.
Pode ainda dar-se o caso de esses processos estarem ligados.
Só que hoje, ao contrário desse tempo, falta-nos uma Rainha D. Maria.
Reparo,de súbito, que o pilha-galinhas transvestido de PM só foi engavetado após a saída de funções dos amigalhaços nascimento, monteiro e cândida...
Ao juiz de instrução não compete julgar, formar a culpa ou folhear processos. Compete agir, investigar,apreender provas, interrogar etc., e decidir medidas de coação que não atrapalhem essa acção.
Mais uma arrojada e tendenciosa cavalidade, que nem a invocação de Deus perdoará.
Para bolÇar estas bacoradas o melhor era ter continuado na clandestinidade...
O homem afinal só anda a fazer com que o 80 chegue mais devagar e nessa altura vamos ver do bom e do bonito que a raiva é muita...
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