O socialismo não é um sistema económico, é a
perversão da ordem económica espontânea perpetrada pelo poder político. Este
conceito é fundamental para compreender a sociedade socialista.
Os socialistas não estão preocupados com o
desenvolvimento económico e a criação de riqueza, se estivessem seriam
capitalistas. Estão preocupados, isso sim, com o poder. Com o seu exercício,
atribuição e distribuição, e com as respectivas benesses e mordomias.
Basta acompanhar o PS para compreender isto
mesmo. Entre Costa e Seguro não há diferenças ideológicas significativas,
apenas um confronto de ambições e personalidades.
Os economistas que se proclamam socialistas ou
são ignorantes ou charlatões. A “economia socialista” está para a ciência
económica como a medicina alternativa está para a ciência médica, é um embuste
para néscios.
Quem não enxergue a natureza do socialismo cai
com facilidade em erros infantis. O principal é pretender empresarializar as
instituições socialistas, como o SNS, as escolas públicas ou a segurança
social. Estas instituições não foram criadas para funcionar como empresas.
Pensem por instantes no SNS. Uma vez que o
acesso é tendencialmente gratuito, um hospital/empresa pode aumentar a sua
produção até ao colapso orçamental - não há mercado.
Mas não, o SNS não procura qualquer eficiência
económica. Pretende apenas exercer um poder absoluto (de vida ou de morte)
sobre os cidadãos. Pretende controlar as corporações profissionais e, claro
está, favorecer os amigos (pessoas, sindicatos, etc.).
É por este motivo que eu penso que um país
socialista deve ser gerido por socialistas. Eles sabem melhor do que ninguém
qual é o propósito do socialismo.
4 comentários:
«Mas não, o SNS não procura qualquer eficiência económica. Pretende apenas exercer um poder absoluto...»
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Pois não. O SNS devia procurar uma coisa simples: cuidados de saúde para a populaça de acordo com a capacidade financeira do país.
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Definir uma percentagem de despesa aceitável (por comparação a países terceiros) e em função da riqueza produzida parece-me bem.
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A alternativa é não termos SNS e cada um tratar da sua saúdezinha consoante o dinheiro que tem no bolso como se passava (e ainda passa) em Angola onde o pessoal sem dinheiro simplesmente não trata as suas doenças.
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A ideia de estado mero financiador vs estado prestador de cuidados de saúde é mais aceitável e defensável.
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Mas aí um gajo tambem sabe que se o estado estiver por trás a pagar a privados para eles prestarem cuidados de saúde a coisa descamba em ppp's e todos os seus vicios inerentes.
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Por outro lado, se o sector for quase todo privado, como nos EUA, o povo paga uma factura maior. A despesa com saúde é mais do dobro nos EUA do que na Alemanha (que é socialista como bem sabemos).
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Então é que é que ficamos?
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Queremos uma saúde totalmente privada mas com preços de custo ao utente maiores (como podemos constactar nos EUA) ou queremos um sistema público mas ineficiente e tendencialmente mais dispendioso?
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Nem uma coisa, nem outra. Existem várias cores no arco-iris. Assim como existem várias gradações de Capitalismo e Socialismo.
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Rb
Charlatões???
Rb
Gosto de ler os seus comentários e da sua lucidez
Cumprimentos
***** (5*)
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