10 novembro 2013

precisamos que o façam

Joaquim,

Aqui vai a resposta ao seu último post.

Eu tenho andado a dizer que o mal de Portugal é o país andar a viver com instituições e comportamentos protestantes. Falo a este respeito dos partidos políticos, do Estado-Providência, do Estado de Direito, do Mercado, da liberdade de expressão, do constitucionalismo, do republicanismo, etc.

Tenho dito também que estes comportamentos e estas instituições pertencem a uma cultura masculina.

Ora, ultimamente, eu só falo de mulheres e para mulheres e tenho repetidamente dito que, em assuntos sérios, só vale a pena falar com mulheres (cf. o post anterior).

E qual é a mensagem que eu tenho deixado às mulheres portuguesas quando falo da sua escravatura moderna, das altas taxas de divórcio (três quartos são desencadeados por elas), das baixas taxas de natalidade e fertilidade (as terceiras mais baixas do mundo), quando digo e repito que não há comunidade sem mulher, quando eu próprio passo aqui o tempo a falar da minha própria família?

Que mensagem pretendo eu passar às mulheres portuguesas?

Eu nunca fui explícito  porque poderia parecer ofensivo e nunca seria esse o meu propósito, mas agora é o Joaquim que me obriga a ser claro. A mensagem é esta, é um apelo: "Deixem-se de imitar os homens - deixem-se de ser "protestantes" - e sejam verdadeiras mulheres, assumam a vossa feminilidade. Nós todos, portugueses, precisamos que o façam. A começar pelos vossos próprios filhos". Mas também existe uma mensagem implícita para os homens: "Vocês têm de ser capazes de sustentar as vossas famílias sozinhos enquanto as vossas mulheres se dedicam ao trabalho de cuidar e educar os vossos filhos pequenos".

Enquanto isto não acontecer, Portugal não vai sair da cepa torta.  A resposta a este apelo não depende apenas das mulheres, mas depende em primeiro lugar delas. Agora, mulheres-homem, como são as mulheres da cultura protestante, essas é que não chegam nada à verdade, como o Joaquim conclui a respeito dos indicadores que cita. Na realidade, acabam excluídas da conversa, como se pode deduzir do meu post anterior.

Todas as instituições e políticas que o Joaquim cita no seu post foram instituições e políticas pensadas por homens e feitas por homens, e onde as mulheres nunca riscaram nada - excepto para dizer Ámen, que é precisamente aquilo que intriga o Joaquim.

9 comentários:

Vivendi disse...

É isso mesmo PA.

A mulher portuguesa precisa de reencontrar-se consigo mesmo e como tal com a tradição.

Tem de afastar-se dos exemplos das mulheres da Europa do Norte.

A referência são as nossas avós e todas aquelas mulheres que se preenchem na fé.

Anónimo disse...

Caro PA,

Obrigado, o seu post ajudou a clarificar o problema.
ABÇ

Joaquim

Anónimo disse...

Cada vez há mais homens inférteis.
Era só o que faltava culpar as mulheres pela falta de fertilidade.Quanto à feminilidade ,é só olhar à volta - os homens estão cada vez mais femininos. O mundo mudou e o Sr.não deu por tal. É bom? É mau? -Eis a incógnita.
Uma certeza- as mulheres não mais serão escravas de uma sociedade uni-polar dominante. mfm

Vivendi disse...

As mulheres portuguesas na sua generalidade e principalmente na camada mais jovem resolveram dar uma de "racional" e a maior parte delas acabou por nem passar de uma falsa "aparência" promovendo uma suposta racionalidade. Mas no confronto prático no dia a dia chegamos à conclusão que a maioria não passam de umas alminhas penadas, inseguras pois arrumaram a sua verdadeira essência na prateleira.

Logo daí denotamos a falta de substância para a mulher portuguesa incorporar a racionalidade com as consequência fortíssimas para o desiquilíbrio da sociedade portuguesa.

Muitas delas até preferem partir à aventura por esse mundo fora levando a amiguinha como suporte racional.

Vivendi disse...

Estes 40 anos de democracia socialista travestido de imitações baratas da cultura dos outros foram trágicos para Portugal.

Anónimo disse...

afinal quem tem a verdade não são as mulheres mas o prof.
e o prof é que sabe que grupo de mulheres e que são verdadeiras mulheres. As que não gosta são mulheres-homens

marina disse...

bem pode falar o PA , pq quando chega a hora de assumirem responsabilidades a sério os meninos wiskas fazem-se de surdos. e depois perguntam , muito intrigados , "o que querem as mulheres" ?

José Lopes da Silva disse...

Como é que os homens portugueses podem fazer isso com um salário de 650€?

É claro que eles podem aguardar pela saída do euro, pelo desmantelamento da carga fiscal e pela certeza de que têm trabalho, estimulado pela desvalorização da moeda e pela quebra das importações.

Mas, e enquanto isso não acontece?

Pedro Sá disse...

Independentemente de tudo o resto, o que o PA está a querer é tudo menos legítimo: defender um modelo de sociedade com base no "chegar à verdade". Já lhe ocorreu que as pessoas terão outras prioridades na vida do que "chegar à verdade"?