Para que uma sociedade seja funcional, segundo Peter Drucker, são necessários dois requisitos essenciais: que cada um conheça o seu estatuto e respectivas funções sociais e que todo o poder social decisivo - toda a autoridade - seja legítimo, isto é, que reflicta o "ethos" da sociedade.
Ora no momento actual, a nossa sociedade não poderia ser mais disfuncional. A crise e a mudança ameaçam o estatuto e a função social de cada cidadão, com consequências devastadoras:
"Para o indivíduo desprovido de função e estatuto sociais, a sociedade é irracional, instável e informe. O indivíduo "desenraizado", marginalizado ... não vê qualquer sociedade; vê apenas forças demoníacas, semissensíveis, mas sem sentido, semi-iluninadas, semiobscuras, mas sempre imprevisíveis, que decidem sobre a sua vida e sobre o seu meio de subsistência, sem que haja a possibilidade de interferência da sua parte; sem que haja, na verdade, possibilidade de as entender".
Por outro lado, o poder social decisivo é ilegítimo porque "não retira o seu direito das doutrinas básicas da sociedade" e "o poder ilegítimo, invariavelmente, corrompe; porque só pode ser força, nunca autoridade".
Chegamos portanto a um daqueles momentos históricos em que não é possível continuarmos com mais do mesmo. A sociedade portuguesa necessita de ser refundada, para se tornar funcional.
3 comentários:
Temos que descolonizar...
Bom post Dr Joaquim. Atual e realista e aqui tem a resposta aquilo que se interrogava num post anterior: cada um por si?
Desde quando é que uma SOCIEDADE se refunda????????????
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