24 julho 2008

rave

Os portugueses têm demasiada liberdade. Não têm demasiada liberdade política (a tal de que falam o Rui Albuquerque e o Pedro Arroja), antes pelo contrário, mas têm demasiada liberdade para fazerem o que lhes dá na veneta, sem prestarem contas a ninguém.
Evidentemente que nem todos os portugueses têm ou usufruem desse excesso de liberdade, mas um número significativo e talvez maioritário de portugueses vive com mais liberdade do que os cidadãos doutros países desenvolvidos do mundo ocidental.
Em particular, gostaria de destacar o grupo dos jovens, porque são os que têm mais sangue na guelra e portanto mais energia para desfraldarem a bandeira da liberdade. Os jovens portugueses usufruem de uma liberdade sem paralelo em qualquer outro país. Até à entrada para a Universidade quase nada se lhes exige. Quando chegam à adolescência entregam-se a uma vida de ócio, entre os jantares fora, os bares e as discotecas até de madrugada. Dormem durante o dia, levantam-se para ir para a praia e quando chega a hora de jantar reiniciam o ciclo da noite.
Não lêem um livro, não abrem um jornal, não se interessam por quaisquer assuntos que exijam uns segundos de concentração mental. Fazem de facto o que lhes dá na veneta e portanto sentem-se livres.
Outros grupos sociais partilham desta liberdade pessoal. Centenas de milhares de portugueses que vivem de subsídios do Estado, centenas de milhares que se reformaram precocemente e que se dedicam “a pastar” e ainda muitos que se sentam à mesa do OE, sem nada contribuírem para a riqueza nacional. Todas estas pessoas se sentem livres.
Quem propicia esta liberdade pessoal, sem paralelo, é um grupo minoritário de portugueses que são escravos da maioria. Não tenho dados concretos para saber quantos são, mas penso que não andarei muito errado se arriscar falar de 1,5 a 2 milhões de pessoas. 15 a 20% da população.
Ora no regime político em que vivemos, esta minoria vive escravizada pela ditadura da maioria. Com o devido respeito, não concordo com a tese do Rui Albuquerque de que é necessário erguer de novo a bandeira da liberdade (os portugueses têm-na demais), nem com a tese de Pedro Arroja de que os portugueses não querem ser livres.
O caminho para um sistema politico liberal é a revolta dos escravos.

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