08 maio 2008

yoana sánchez

Como toda a gente sabe, com excepção da esquerda portuguesa, a ilha dos irmãos Castro, mais prosaicamente conhecida por Cuba, é uma miserável prisão política rodeada por água. Das várias tentativas que a esquerda (não apenas a portuguesa) fez para romancear a coisa, desde as «epopeias» da Sierra Maestra, aos «poemas» e ao heroísmo do «Che», ao bloqueio (fásssista) americano, passando pelas loas aos supostamente avançados sistemas de saúde e de ensino do regime do brontossáurio Fidel, nenhuma resistiu às evidências de um regime sangrento e execrável. A última fantasia tem sido a «abertura» política do mano Raul, como se um sacripanta deste quilate, sempre mancomunado com el comandante, fosse capaz de perceber o que é a liberdade. Dos outros, claro.

Vítima disso foi, infelizmente, a jornalista, escritora e bloguer Yoani Sánchez, autora do blog Generation Y (mais de um milhão de visitas por mês), que foi agraciada com o Premio Ortega y Gasset de Periodismo, do diário espanhol El País, pelo trabalho realizado no seu blog. Yoani teria recebido o prémio, hoje, em Madrid, se tivesse sido autorizada a sair da ilha. Como ela bem disse, este, sim, teria sido um verdadeiro sinal de abertura política dado pelo mano Castro. Teria sido, mas não foi. Da ilha dos Castros só se sai com autorização do chefe da família. Esperemos que por pouco tempo mais.

Já agora, é de lamentar que a esquerda portuguesa, nomeadamente a blogueira, sempre tão lesta a denunciar as injustiças do mundo, se tenha esquecido de Yoani. Não é para admirar. Para a esquerda indígena houve sempre ditadores maus e ditadores bons.

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