13 junho 2007

entrevistas (mais ou menos) imaginárias*



Por onde tem andado nestes últimos tempos?
Por aí... sem parar. Sempre a abrir.

Não se cansa de todas essas viagens?

Mas como, se vou de avião ou de carro?

O que achou da Venezuela e de Hugo Chávez?

Achei que sim!

Não o conhecia pessoalmente?

Pessoalmente, pessoalmente, só na televisão.

E é parecido com Fidel?

Quem, eu?...

Já está na «galeria»?
Na galeria só lá está uma fotografia com Sua Santidade o Papa João Paulo II.

O que é que achou de Chávez?
Um grande democrata. Um combatente anti-imperialista. Um grande amigo de Portugal e dos portugueses e das portuguesas.

Sente saudades do tempo em que era eurodeputado?
Mas eu já não sou eurodeputado? O Zé Sócrates tirou-me das listas sem me dizer nada? E eu que estou farto de ir gastar dinheiro a Estrasburgo..

Embora houvesse quem dissesse que ia desistir ao fim de meses...
Ai houvese? Ai houvesse! Quem dissesse! Ele há cada patifório!

Mas o senhor é um profissional...
É verdade. Sempre vivi da advocacia.

Não foi profissional da política?
Amador. No meu tempo a política era como o râguebi: andávamos lá todos por amor à arte e à camisola.

Ainda olha para a política como uma missão?
«A Missão» era aquele filme com o De Niro e o Irons, não era? Gostei muito.

Mas como limpar os partidos dos ambiciosos que querem apenas promoção social e partidária?
Auschwitz! Auschwitz! Não pode haver piedade para gente dessa. Corruptos!

E os casos de pessoas que passam de um grupo económico para o governo e voltam ao grupo económico?
Valha-nos Deus! Ao que isto chegou! Ele há cada um!

Está a pensar em alguém específico?
Não, não! Só em alguém geral.

Assistimos a um certo revivalismo salazarista a propósito dos «Grandes Portugueses». Uma das coisas que se comentava é que o Salazar entrou e saiu da política sem ganhar um tostão. Como avalia isto?
Se não ganhou um tostão é porque era um mau profissional.

Está a pensar escrever sobre Salazar?
Escrever a Salazar? Não, não estou. Não tenho pachorra para cartas.

Alguma vez falaram?
Eu farto-me de falar. Ainda agora, como vê por esta entrevista. Agora ele, não sei. Não me consta que tivesse algum ventríloco.

Como define a relação que existe actualmente com o dinheiro?
Valha-nos Deus! É o deboche total. E tudo por causa do neoliberalismo. No meu tempo não era nada disso. Nem dinheiro tínhamos para o café, quanto mais para comer.

Todos os dias se fala no desmantelamento do Estado. Privatiza-se a saúde, a administração...
... os cemitérios...

O que é que resta do Estado?
Muito pouco, muito pouco. Uma lástima! No meu tempo não era nada disto.

Quem é o seu candidato preferido nas próximas eleições americanas?
Todos menos o Manuel Alegre!

Tem ido aos Estados Unidos?
Não. O Bush não me convida!

Muita gente interroga-se como é que um homem que foi aliado do Frank Carlucci é hoje um feroz anti-americano.
Quem é esse gajo? Ah!, já sei, o sócio do Albarran.

O próximo presidente norte-americano vai herdar o pesadelo do Iraque. Como resolver esta situação.
Afinal, pensando melhor, já começo a achar que o Alegre deve ganhar as eleições.

*As perguntas ou as respostas. Descubra quais.

2 comentários:

C Valente disse...

A sátira não está mal não senhor, parabens e cumprimentos

Fernanda Valente disse...

A brincar, a brincar ainda o iremos ter como candidato às próximas eleições presidenciais!
Como presidente não é possível, por cauda do empata do Alegre...