A franquícia (desculpem o anglicismo) Star Wars, actualmente da Disney, gerou receitas superiores a 10 biliões de dólares e continua a facturar. Tratando-se de uma série fantástica de ficção científica, é curioso analisar a correspondência com arquétipos psicológicos de natureza inconsciente que emprestam uma aparência de verosimilhança ao enredo.
Em primeiro lugar “A FORÇA” – um campo energético gerado por todos os seres vivos e que mantém a unidade da galáxia. Este campo é obra dos “Midi-chlorians”, elementos microscópicos que habitam as células e que transmitem ao organismo os sentimentos da força.
Só os seres superiores é que conseguem escutar e consciencializar as mensagens da força e extrair a sua energia, para fins positivos como os Jedis ou tenebrosos como os “Dark Lords of the Sith”.
O âmago da séria é uma luta pelo poder entre a Aliança Rebelde que pretende restaurar a República e o Império Galáctico. O eterno conflito entre o Bem e o Mal.
A ideia de uma força suportada pela entidades viventes é actual e ubíqua e as pessoas procuram “a força” nas vitórias e nas derrotas da vida. Os indivíduos com um “locus externo” atribuem os seus comportamentos a externalidades que não controlam, como se fossem manipulados por forças superiores.
A conjetura de que as vacinas de modRNA contêm partículas de óxido de grafeno que se unem para montarem nano-robôs dentro do corpo humano, para futuro controle, faz lembrar os “Midi-chlorians” do Star Wars.
A guerra do Império Galáctico contra a Aliança Rebelde também é contemporânea. De um lado temos o hegemon norte-americano com as suas pretensões de domínio global, através de guerras eternas, e do outro a resistência republicana pugnando por um mundo multipolar.
O Império Galáctico defende uma ordem universal baseada em princípios, desde que sejam definidos pelos Sith e não se apliquem aos próprios. A ICJ (International Court of Justice), por exemplo, persegue os inimigos do Império mas não tem jurisdição sobre o Conde Dooku.
Os resistentes não têm direitos e podem ser silenciados, encarcerados e aniquilados pelos Dark Lords, uma espécie de guarda pretoriana da galáxia, que hoje corresponderia ao “Deep State”.
Um personagem notável da Star Wars é o Sith Lord Darth Vader*. Sendo originalmente um Guerreiro Jedi (Anakin Skywalker), Anakin foi atraído para o lado negro da força pelo chanceler Palpatine.
A dualidade entre o Bem e o Mal está radicada no nosso inconsciente e manifesta-se regularmente. O político bem intencionado é corrompido pelo poder e transforma-se num facínora.
Obviamente, os Jedis aparecem com frequência de túnicas brancas e o Darth Vader aparece de negro, por concentrar a agressão e o ódio do lado negro da força. O Bem e o Mal são o Branco e o Negro.
* Faleceu esta semana o actor James Earl Jones, a voz do Darth Vader.
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