O filósofo alemão Immanuel Kant, às vezes chamado o filósofo do protestantismo - a que me referi no post anterior - é o pai da moderna ciência do direito e também do socialismo.
Na opinião de Kant não se pode chegar a Deus pela razão, pelo que Deus deve ser excluído de todo o debate que se pretenda racional e, portanto, de tudo o que seja ciência.
Kant contribuiu decisivamente para transformar a antiga tradição católica de Justiça em que Deus está presente, na moderna ciência do Direito, de que Deus está ausente, como que fechado num armário enquanto nós, cá fora, discutimos assuntos sérios, como as leis.
Será por isso interessante introduzir Deus naquela negociação entre os vários cientistas do Direito, agrupados em duas grandes sociedades de advogados - uma a representar a TAP e a outra a representar a Alexandra Reis -, e que conduziu à atribuição de uma indemnização de 500 mil euros a esta última.
O que é que Deus teria a dizer se pudesse estar presente, se pudesse saltar do armário para dar a sua visão das coisas?
Mais ou menos isto:
"Que grandes safados que vocês são. Os contribuintes portugueses, a maior parte pessoas modestas, a quem o dinheiro faz falta para sustentarem as suas famílias, têm andado a meter milhares de milhões de euros nessa empresa, e vocês agora repartem-nos entre vós como se fosse vosso. Por mais voltas que lhe dêem, por mais legalismos que invoquem, não há justiça nenhuma no que vocês estão a fazer. Há roubo descarado".
Quer dizer, Deus tinha estragado tudo.
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