15 janeiro 2022

uma certa propensão


No debate com o André Ventura, o Chicão afirmou que eu era "misógino, racista e xenófobo" (cf. aqui) e o Grande Repórter Miguel Carvalho da Visão aproveitou a embalagem para me apresentar como o paradigma da "figura pouco recomendável" exactamente por essas razões (cf. aqui).

Ora, para combater a acusação de misógino, eu saquei de uma filha. Pois agora, para combater a acusação de racista eu vou sacar de um filho.

Mas não sem antes voltar à filha. Como é que um homem que tem uma filha daquelas, capaz de falar do pai daquela maneira, em prosa (cf. aqui) e a cantar (cf. aqui), pode ser um misógino, ainda por cima uma filha que, além de ser uma mulher de elite, é também uma beleza de mulher (cf. aqui)?

E eu só mostrei uma filha, não mostrei a outra, que só serviria para confirmar, em todas as dimensões, aquilo que se infere a partir da irmã.

A minha questão, a este propósito, é a seguinte. Será que o Chicão pode exibir alguma mulher da sua própria produção, que tão conclusivamente prove que ele não é um misógino?

Não, não pode. E não pode porque o Chicão é um puto que ainda não produziu ninguém.

Quanto ao filho que me preparo para sacar a fim de contestar a acusação de racista, alguma informação prévia ou de background é necessária.

Desde criança que tenho na família chegada pessoas de origem africana. Um tio meu, irmão do meu pai, foi durante vários anos, na década de 60, funcionário do Consulado português em Adis Abeba. Casou com uma senhora etíope de quem teve dois filhos, naturalmente mulatos, meus primos direitos. Anos depois, foi a vez de o meu irmão mais novo casar com uma senhora angolana de quem teve um filho, o meu sobrinho David, que, obviamente, também é mulato. 

Estes dois exemplos pretendem apenas ilustrar e servir de preambulo ao que tenho para dizer a seguir - a saber, que existe uma certa propensão do homem-Arroja para a mulher africana.

E é neste ponto que saco do meu filho. O meu segundo filho é casado com uma senhora africana (cabo-verdiana) - aparentemente, segundo os próprios, um caso de amor à primeira vista (cf. aqui e aqui). O casal tem três filhos, duas meninas e um rapaz. Portanto, eu - um irreformável racista - sou o avô babado de três crianças que são, em parte, de origem africana.

O facto de o meu filho ser casado com uma senhora africana tem um significado mais profundo. Significa que, na casa em que foi educado, e os pais que o educaram, nunca lhe instilaram no espírito ideias discriminatórias que tivessem a ver com a raça, a cor da pele ou outras. Aquilo que sempre exigiram dele e das pessoas com quem ele se dava é que fossem pessoas decentes ou pessoas-de-bem. E ele assim fez, casou com uma pessoa-de-bem, que por sinal é africana.

Apresentado o meu CV quanto ao racismo, eu pergunto qual é o CV do Chicão nesta matéria. É casado com alguém de outra raça ou cor, ou o seu anti-racismo é meramente de boca? Pode orgulhar-se como eu de ter uma descendência multi-racial?

Não, não pode. Não pode porque o Chicão é um puto. E além de puto é parvo. E o Grande Repórter Miguel Carvalho da revista Visão não lhe fica nada atrás.

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