Não é fácil gerar unanimidade entre os deputados do Parlamento.
Na anterior legislatura - conhecida pela legislatura da geringonça (2015-19) - eu consegui esse milagre por duas vezes.
A primeira foi logo em 2016 quando o Parlamento, por unanimidade (por unanimidade, imagine-se...) autorizou as deputadas do Bloco de Esquerda a virem ao Porto acusar-me perante o Ministério Público do crime de discriminação sexual, que me levaria até cinco para a prisão: cf. aqui e aqui.
Eu ainda hoje imagino as deputadas do BE no Alfa que as transportou de Lisboa ao Porto, aos gritinhos, pela excitação antecipada de me verem na cadeia.
A outra ocorreu em 2019 quando o Parlamento, por unanimidade, autorizou o Hospital de S. João a contratar a obra da ala pediátrica por ajuste directo, impedindo assim que a obra que estava a ser levada a cabo pela Associação Joãozinho, presidida por mim, fosse por diante: cf. aqui.
A obra foi inaugurada ontem. O despacho da Lusa diz assim: "À Lusa, o presidente da associação, Pedro Arroja, disse então [2019] que a ala pediátrica já poderia estar concluída e paga se não fossem os impedimentos colocados pela administração do hospital e pelo Governo" (cf. aqui)
(Nota: ao contrário do que diz a notícia, a obra estava contratualizada entre a associação Joãozinho e o consórcio Lucios-Somague pelo preço de 20.2 milhões de euros; acabou a ser adjudicada pela administração do Hospital de S. João à construtora Casais pelo preço de 26.7 milhões, cf. aqui)
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