20 dezembro 2021

Aprovado

Voto de Louvor aprovado hoje, por maioria, na reunião da Assembleia Municipal da Câmara Municipal do Porto com os votos a favor do CHEGA, PSD e Grupo Rui Moreira, e os votos contra do PS, BE, PAN e CDU (cf. aqui, período antes da ordem do dia):


 Voto de Louvor

Doze anos e quatro governos depois, um do PSD e três do PS, ficou finalmente concluída e inaugurada no passado dia 12, a nova ala pediátrica do Hospital de São João (HSJ).

Como alguém já escreveu, a ala pediátrica do HSJ é a maior mancha da democracia portuguesa das últimas décadas. Durante dez anos, as crianças internadas no segundo maior hospital do país, sofrendo das doenças mais graves que se podem imaginar, estiveram alojadas em contentores metálicos com fracas condições e em clara degradação, onde com o decorrer do tempo, no inverno faltava o aquecimento e chovia no interior, e no verão havia pragas de moscas. 

Foram necessários doze anos, três governos do PS e um do PSD para que a obra se concretizasse. Dir-se-ia que se tratou de um investimento vultoso e que nenhum destes governos podia suportar nos orçamentos de Estado que aprovou, tanto mais que pelo meio se viveram os anos difíceis da troika. Mas não. A obra custou 27 milhões de euros, uma insignificância face aos mil milhões de euros que este ano o Estado injetou na TAP e os outros mil milhões que projeta injetar no próximo ano. O montante gasto na TAP daria para construir 70 alas pediátricas do HSJ, e ainda sobraria dinheiro. 

Apesar desta obra, que consistia em dotar de uma Pediatria condigna o segundo maior hospital do país, e o hospital central da região Norte, ter sido realizada pelo Estado através dos seus diversos Governos, foi o vigor, a determinação e a exigência da Sociedade Civil Portuense, apoiada é certo, pela generalidade da opinião pública do país, que impulsionou o seu arranque, tendo inclusive, custeado os trabalhos iniciais de demolição. 

É certo, que já não podemos apagar os dez anos de sofrimento que as crianças com cancro e respetivas famílias passaram nos contentores, por não ter havido um empenho efetivo na resolução do problema por parte dos sucessivos governos que perduraram entre 2009 e 2019, contudo, não podemos ignorar o mérito das equipas médicas, de enfermagem e pessoal auxiliar que chegaram ao ponto de enrolar as crianças em cobertores, encostando-as aos seus corpos para se manterem quentes.

Meus caros, um governo que não consegue proteger as suas crianças e os seus idosos está a declarar a falência do Estado Social. Por isso, em nome da Bancada Parlamentar do CHEGA, gostaria de exprimir um voto de louvor a todos aqueles que na cidade do Porto e por todo o país mobilizaram as suas vontades, a sua determinação e os meios necessários para que esta obra fosse realizada.

Permitam-me, em particular, destacar alguns nomes e instituições: 

A Associação Joãozinho e o seu presidente, Dr. Pedro Arroja, que começou a obra em novembro de 2015, mas foi impedida de a continuar pelo governo da geringonça, logo que este tomou posse. A Associação Pediátrica-Oncológica, vulgo, Associação de Pais, presidida por Jorge Pires, pela pressão mediática que exerceu para forçar o governo a concluir a obra. 

Ainda, as numerosas instituições que contribuíram, por vários meios, para tornar esta obra possível, como o Futebol Clube do Porto e o seu Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa; a família Amorim na pessoa do falecido empresário Américo Amorim; o Grupo RAR na pessoa do Eng. Vergílio Folhadela; os Supermercados Continente, na pessoa do seu presidente, Eng. Luís Moutinho. 

O voto de louvor é extensivo ao Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Rui Moreira, que em várias ocasiões, perante a inércia e a incúria do Poder Central, se pôs ao lado da Sociedade Civil da sua cidade para que esta obra fosse hoje uma realidade, e ainda, para todas as pessoas e instituições que, fora do Porto e por esse país fora, se solidarizaram com esta obra e se disponibilizaram para lhe dar realidade, como o empresário Rui Nabeiro de Campo Maior e numerosas empresas farmacêuticas, a maior parte delas com sede em Lisboa. 

Porto, 20 de dezembro de 2021

(Rui Afonso - Grupo Municipal CHEGA)

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