Pelo quinto dia consecutivo, há violência nas ruas de Espanha, com origem na Catalunha (cf. aqui).
A prisão do rapper Pablo Hasél por delitos de opinião é apenas um pretexto.
O Governo já prometeu rever as leis penais e ampliar a liberdade de expressão.
De facto, o problema é de liberdade de expressão, mas não daquela que respeita a Hasél.
O problema é o do Estado espanhol não conceder aos catalães a liberdade para se exprimirem em referendo sobre a sua independência.
A violência dos últimos dias, como a dos últimos anos, teria sido evitada.
E desta vez, há um pormenor diferente. Os partidos independentistas que ganharam as eleições na Catalunha no passado domingo estão a apoiar os manifestantes, e, no Governo em Madrid, o Unidos Podemos também.
As polícias (nacional e catalã) começam a queixar-se de falta de solidariedade institucional.
Espectáculo mais inusitado seria difícil imaginar - os governantes a apoiarem manifestações violentas contra o próprio Estado.
Nunca a democracia esteve tanto em risco em Espanha, nos últimos 50 anos, como agora.
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