11 dezembro 2018

Fredmund Malik

“Gestão é a transformação de recursos em utilidade”


Tudo o que satisfaz uma necessidade ou desejo tem utilidade e estamos dispostos a pagar um preço pelo seu consumo.

Gerir é reunir todos os recursos necessários, seja capital, matérias-primas, trabalho ou quaisquer outros “inputs”, e processá-los de forma a criar essa tal “utilidade” que Daniel Bernoulli (1700-1782) definiu como a “satisfação total” que se retira do consumo de um determinado bem ou serviço.

Na minha perspectiva, esta definição de gestão, do Fredmund Malik, é seminal para o entendimento do que é a gestão e da tarefa dos gestores a todos os níveis da organização.

Para recrutar capital, acionista ou dívida, as empresas têm de ser lucrativas, mas a o lucro deve ser visto como resultado da criação de valor e não como o objetivo primordial da gestão. O “curtoprazismo”, o economicismo e a financeirização, são sinais de desorientação estratégica que constituem uma espécie de doença infantil da gestão, tantas vezes fatal para as empresas.

Gerar utilidade para os consumidores confere à empresa uma função social importante. Mas essa função tem de ser desempenhada pela gestão no respeito por valores humanos fundamentais.

Condições de trabalho perversas ou atentados ecológicos, quando colocados no prato da balança, podem destruir valor e criar um “saldo negativo de utilidade” que seria o contrário do objetivo de uma boa gestão.

A definição de gestão do Ferdinand Malik pode, portanto, ser ampliada para respeitar estes princípios:

“Gestão é a transformação de recursos em utilidade, no respeito dos valores humanos e da função social da organização”.

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