11 maio 2018

de graça

As notícias que hoje vieram a público, com grande destaque no JN, mas que também são tratadas no Público, dizem que o Ministério das Finanças decidiu assumir a liderança do dossier relativo à ala pediátrica do HSJ.

A razão para que tenha feito isso já a expliquei anteriormente (cf. aqui).

E o Ministério das Finanças começa por resolver o mais premente de todos os problemas - tirar as crianças dos "miseráveis" contentores onde se encontram há mais de dez anos.

Para isso, vai distribuí-las pelo Hospital de Santo António, que tem uma novíssima ala pediátrica (chamada Centro Materno-Infantil do Norte - CMIN) recentemente inaugurada e que custou 60 milhões de euros (cf. aqui). No que respeita às crianças com cancro, serão tratadas no IPO que fica do outro lado da rua onde se situa o HSJ.

Perfeito.

E quanto à construção da nova ala pediátrica do HSJ?

Deixou de ser um problema urgente. Há hospitais por todo o país que necessitam de coisas mais urgentes. A conclusão é a de que, enquanto se mantiverem as restrições orçamentais - e elas estão para durar vários anos -, não haverá dinheiro público para a ala pediátrica do HSJ.

Aquele dinheiro do Estado que o Ministro da Saúde, o Secretário de Estado Fernando Araújo e o presidente do HSJ diziam que já tinha chegado ao HSJ para fazer a ala pediátrica, mas que só faltava a autorização do Ministério das Finanças, na realidade nunca chegou. E a autorização, essa,  nunca vai chegar.

E o HSJ  - o Hospital central da região Norte albergando a mais conceituada Faculdade de Medicina do país - fica sem Serviços de Pediatra para sempre?

-Não...claro que não...,

diria eu, se fosse Ministro das Finanças, ao Ministro da Saúde e ao presidente do HSJ.

-Far-se-á quando houver folga orçamental... A propósito, vocês não têm lá no Porto uma Associação que vos quer oferecer a obra de graça? 

1 comentário:

Anónimo disse...

Gestão de meios do Ministério da Saúde de feita pelo Ministério das Finanças. Um "portuguesismo".
F.