26 fevereiro 2018

em conjunto

Vou agora retomar o post "A armada" e chamar a atenção do leitor para as duas instituições que aí estão mais representadas: a Cuatrecasas e o HSJ (cuja administração, na pessoa do seu presidente, me pediu para fazer a obra  do Joãozinho por via mecenática, continuando um projecto que ele próprio iniciara).

A sessão de lançamento da primeira pedra teve lugar a 3 de Março de 2015 no HSJ com a presença do primeiro-ministro, do presidente da CMP, do secretário de Estado da Saúde e de outras individualidades.

A obra começou nesse mesmo dia com a instalação do estaleiro da obra por parte da construtora, ao abrigo de um contrato de empreitada entretanto celebrado entre a construtora e a Associação Joãozinho no valor de vinte milhões de euros. Uma vez concluída, o HSJ receberá a obra em doação.

Cerca de dez dias depois, a construtora é impedida pela administração do HSJ de entrar no Hospital e continuar os trabalhos, sob o argumento de que é necessário assinar primeiro um Protocolo entre as três instituições envolvidas (HSJ, Associação Joãozinho, construtora).

Uma semana mais tarde recebo, com o timbre da Cuatrecasas, assessora jurídica do HSJ, uma versão do Protocolo que é absolutamente não-assinável por razões que não interessa agora detalhar. Os trabalhos ficam parados, as equipas de trabalho constituídas e os custos a correr.

Procuro negociar com a  administração do HSJ, mas ela escuda-se nos advogados para se manter irredutível. Chegamos ao final de Maio, a obra está parada há mês e meio, a construtora à espera de poder retomar os trabalhos, e os custos a correr.

Em Março, tinha anunciado o começo da obra aos telespectadores do Porto Canal - a quem frequentemente apelava para que se tornassem mecenas do Joãozinho -  e era mais que tempo de os informar que, entretanto, a obra tinha sido parada, e porquê.

Alguém estava a boicotar a obra - isso para mim era  agora certo. Mas quem - a Cuatrecasas, a administração do HSJ ou as duas em conjunto?

Na altura, eu não podia acreditar nem na segunda nem na terceira hipóteses. Como o documento que estava a paralisar a obra tinha o timbre da Cuatrecasas, decidi que a Cuatrecasas seria o alvo.

Era o dia 25 de Maio. Foi assim (veja aqui).

(Foi este comentário que deu origem ao processo judicial do meu case study)

A Cuatrecasas ficou imediatamente fora do processo e nos dias seguintes o presidente do HSJ sentou-se finalmente comigo e negociámos uma versão aceitável do documento.

Mas os dias e as semanas continuaram a passar e a administração do HSJ não assinava o documento. Estávamos entretanto no final de Junho e a obra estava agora parada há quase três meses.

Os meus piores receios confirmavam-se. Não era apenas a Cuatrecasas. A administração do HSJ estava também a boicotar a obra.

No dia 30 de Junho voltei ao Porto Canal e desta vez o alvo foi a administração do HSJ (ver aqui).

Uma semana depois, a 7 de Julho, o Protocolo estava a ser assinado. Acabaram por o assinar - sem nenhuma intenção de o cumprir, como é hoje perfeitamente claro. (*)

Que a Cuatrecasas e a administração do HSJ apareçam agora juntas como testemunhas de acusação no meu case study, não admira nada.

Estiveram sempre juntas - e nem sempre a fazer coisa boa.



(*) Outros obstáculos se seguiriam, todos colocados pela administração do HSJ, até ao último que mantém a obra parada há quase dois anos e que ainda não consegui vencer. Incumprindo a cláusula 1ª do Protocolo, o HSJ mantém o espaço da obra parcialmente ocupado com o Serviço de Sangue, impedindo o avanço dos trabalhos.

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