24 outubro 2017

a Providência

"É triste ligarmos para os Serviços Florestais às 17:03 de sexta-feira, a solicitar-lhes o que a Lei determina que eles façam, e para o qual eles se deveriam ter organizado, e a resposta da senhora que atende é a de que: “o horário de saída é às 17:00, e além do mais deram-nos a tarde de sexta para compensar as horas no incêndio”. (aqui, faça click em "publicada na íntegra")"

Não tenho experiência com incêndios, mas tenho com hospitais pediátricos. Não fazem nem deixam fazer. Vivem num mundo à parte, um mundo que é deles e só para eles. Os outros, que são a esmagadora maioria, não interessam nada - excepto para pagar.

O incêndio de Pedrógão Grande, que matou 64 pessoas, teve lugar a  um Sábado, e os incêndios mais recentes, que vitimaram mais 45 pessoas, tiveram lugar a um Domingo - ambos, portanto, em dias de fim-de-semana. Esta coincidência já me tinha sugerido alguma coisa.

A carta-aberta do chefe dos Bombeiros da Marinha Grande foi o clique final e que é o seguinte.

Para evitar mortes devidas a incêndios em Portugal, para além de todas as medidas que adoptou no passado Sábado, o Conselho de Ministros devia ter feito aprovar uma lei que seria  a medida mais eficaz de todas. A lei seria a seguinte:

"São proibidos os incêndios aos Sábados, Domingos e Feriados e fora dos horários de expediente da função pública. Os incêndios só podem ser autorizados por despacho do Ministro da Administração Interna, depois de ouvido o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública e negociado o pagamento pelas horas extraordinárias".


PS. Nós precisamos de um Voltaire que faça ao Estado-Providência o mesmo que ele fez à instituição que, antes do Estado, representava a Providência na terra - a Igreja.

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