29 junho 2017

Medo

Lê as estatísticas do divórcio e a pessoa fica com medo de perder o marido ou a mulher.

Lê as notícias sobre o cancro, e fica com medo que um dia lhe toque a si.

Lê sobre os actos terroristas e fica com medo que  rebente uma bomba no metro.

Lê sobre o desemprego e fica com medo do futuro.

Lê sobre as acusações de corrupção e fica com medo de tomar decisões.

Lê sobre a violência doméstica e fica com medo de se casar e constituir família.

Lê sobre o défice e a dívida pública e fica com medo do aumento dos impostos.

Lê sobre os raptos de crianças e a pedofilia e fica com medo que aconteça aos seus filhos.

Lê sobre maus tratos aos velhos e fica com medo da velhice.


Uma pessoa com medo, aquilo que mais quer é protecção. E em lugar de a pedir a Deus - o que não lhe ocorre fazer porque Ele entretanto foi banido do espaço público - pede-a ao Estado.

O Estado totalitário  faz o seu percurso.

Como acabar com isto, pergunta o Joaquim num post anterior?

Talvez só com uma desgraça - uma desgraça que faça as pessoas darem-se conta que, nas situações mais difíceis da vida,  o Estado, afinal, não protege nada.


PS. O que é isso da "protecção de Deus"?
       É o seguinte.
Deus está em todas as obras da criação, mas em primeiro lugar nas pessoas porque Ele próprio resolveu revelar-se através de uma pessoa humana. Portanto, a "protecção de Deus" é, em primeiro lugar, a protecção das pessoas umas às outras, a qual se consegue mais eficazmente através de um forte sentido de comunidade.
É isso o mais chocante em Pedrógão Grande. A comunidade local estava tão enfraquecida e abandonada (como reconheceu o Presidente da República) que não conseguiu defender-se daquilo que começou por ser um vulgar fogo na região. E, quanto ao Estado estar lá para proteger as pessoas...bom, quanto a isso...é melhor nem falar.

2 comentários:

Ricciardi disse...

Um vulgar fogo não foi certamente.
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Anyway, um dos melhores discursos de Cristo foi exactamente acerca do assunto aqui postado. Quando ele diz:
'Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis.

Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes…

… Qual de vós poderá, com as suas preocupações, acrescentar uma única hora ao curso da sua vida?

Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?

Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles…

… não andeis inquietos. … vosso Pai sabe do que precisais. (Jesus)
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Este discurso foi influenciado pelas ideias de Salomão que dizia coisa semelhante em 'euclesiates'.
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Esta estória de centrar atenções nas coisinhas más é coisa antiga. Não é de agora. Foi, é e será sempre assim. São os medos que falam mais alto.
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Cristo, na linha salomonica, e na linha mais actual da ideia do 'vive o presente' ou 'cease de day' esteve bem.
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Ou ainda:

"Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã
Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses
darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia não brinque.
É melhor apenas lidar com o que se cruza no seu caminho
Se muitos invernos Jupiter te dará ou se este é o último, que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar Tirreno: seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo reescale as suas esperanças.
Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento está fugindo de nós.
Carpe Diem, confia o mínimo no amanhã.
Quintus Horatius Flaccus (62 a.c)
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Rb

Vivendi disse...

Na Inglaterra o estado ainda vai mais longe:


O bebé Charlie não morrerá amanhã.

O bebé Charlie será assassinado pelo estado amanhã.

Um facto bastante preocupante e nada de novo.

O estado a decidir quem deve viver e quem vai morrer, a passar por cima dos pais e da dignidade humana, em nome do bem estar social.


http://o-tradicionalista.blogspot.pt/2017/06/o-sec-xxi-no-seu-esplendor-estatal.html


http://www.dn.pt/mundo/interior/tribunal-europeu-autoriza-hospital-a-desligar-suporte-de-vida-de-bebe-8595455.html