26 março 2017

Afinal

Afinal parece que há mesmo uma divisão profunda, de que ninguém se atreve a falar...

Gostaria de destacar três pontos:

O primeiro é o de que finalmente se começa a reconhecer que a razão das dificuldades dos países do sul em relação com os países do norte no seio da União Europeia assenta na cultura - e toda a cultura tem uma base religiosa.

A segunda é a de que o Vasco Pulido Valente usa clichés acerca da Igreja católica que são falsos e baseados em aparência, como aquele de que a cultura católica favorece um Estado absorvente. Ora, aquilo que a Igreja Católica defende é um Estado subsidiário (cf. Catecismo: 1883-5)), que é exactamente o oposto do Estado absorvente.

Finalmente, e mais importante. As dificuldades de Portugal, agora como em outros períodos da sua história desde 1820 - a única excepção é o período do Estado Novo - não derivam de ele ser católico. Derivam de ele se ter afastado do catolicismo.

Vale a pena insistir neste ponto. É que o VPV, com aqueles seus clichés herdados da geração de 70 que ele tanto cultiva, ainda acabará a dizer - ele ou outro por ele - que Portugal está falido por causa da Igreja Católica.   

Quando a verdade é exactamente ao contrário. Portugal está falido porque se afastou dos princípios da doutrina católica. Portugal está falido por falta de catolicismo, não por excesso dele.

12 comentários:

Pável Rodrigues disse...

"O pior cego é aquele que não quer ver."
Portugal já nasceu falido. Desde a pia baptismal que está falido. Mas claro que Portugal não está falido por causa da Igreja Católica. Portugal é e sempre foi católico exactamente por ser um país estruturalmente falido.

Anónimo disse...

Seguindo o raciocínio do PA, nos últimos posts, Portugal está falido precisamente por ser tão católico:ninguém se se entende e tão depressa é uma coisa, como no momento seguinte é outra. O próprio PA é uma amostra de uma divertida confusão conceptual 😊

zazie disse...

Tem razão, também me lembrei logo de si. O problema do VPV é ser jacobino.

Vivendi disse...

Não há dúvida alguma que desde 1820 até aos dias de hoje que o período que mais abraçou o catolicismo foi o período do Estado novo.

Vivendi disse...

Quando Portugal estava entregue à providência...

http://o-tradicionalista.blogspot.pt/2016/11/quando-portugal-estava-entregue.html

Anónimo disse...

"Quando a verdade é exactamente ao contrário. Portugal está falido porque se afastou dos princípios da doutrina católica. Portugal está falido por falta de catolicismo, não por excesso dele."

Se num comentário ao post anterior referi que não concordava com o seu ponto de vista neste concordo inteiramente consigo! Tem toda a razão!

Pedro Sá disse...

Em bom rigor, Portugal NUNCA esteve ligado aos princípios da IC lol, que pouco ou nada têm a ver com a realidade religiosa no terreno.

E quando é que o PA aprende que a cultura é que influencia as religiões e não o contrário?

zazie disse...

Porque a religião é cultura- é a base de todas as sociedades e ela determina o modo de ser dessa cultura. Nem que depois fique ateia- a base está lá.

Pedro Sá disse...

Errado. As religiões é que adoptam os princípios culturais das zonas onde estão implantadas, e nomeadamente os hábitos das classes mais ricas e poderosas.

E a grande prova disso é como a filosofia medieval já era bem diferente em Itália, em França, na Alemanha e na Inglaterra. Todas as diferenças culturais que se vêem hoje já lá estão mais que visíveis.

zazie disse...

Não está nada errado, Não teimes coisas sem mostrares onde as estudaste.

Não há um único historiador etnólogo que não afirme o mesmo. Porque a principal estrutura de todas as comunidades sempre foi a religião e os ritos sociais por ela impostos.

Eu não estou a falar de v.s nem dos subúrbios posmodernos ou das jotas- estou a falar das mais antigas comunidades humanas ao longo de todas as civilizações.

Aprende e não negues o que desconheces porque não é na juventude socialista que se aprende alguma coisa de útil.

zazie disse...

As classes altas eram todas iguais- se até o cristiansimo tem variantes de acordo com os locais é precisamente pela lógica inversa do que dizes- porque adapta a cultura base e se torna tradição popular.

É por esta razão que um anónimo que por aí apareceu disse que eu estava errada em relação a este do Eurogrupo quando disse que ele até era católico, porque a tradição dele era calvinista.

E terá uma certa razão precisamente pelo facto de ser laico, o ter andado em colégios católicos não altera o fundo mais antigo e esse, ao se tornar protestante moldou o modo de ser dos holandeses.

E nada disto vem da parvoeira marxista de dizer-se que o povo copiou a religião das "classes mais ricas".

Religião é tradição local, são hábitos que vão do nascimento, casamento, morte e toda a formação moral do povo. E são transmitidos de forma familiar.

Vivendi disse...

Porque o Mário Soares acabou exposto no Mosteiro?

Ateu no mosteiro.
Republicano no maior símbolo dos feitos da monarquia!

Religião é tradição local, são hábitos que vão do nascimento, casamento, morte e toda a formação moral do povo. E são transmitidos de forma familiar.