Recentemente a zazie colocou aqui um link que promete levar ao extremo as causas fracturantes. Passa-se na Província de Alberta no Canadá por iniciativa do NPD.
O NPD (New Democratic Party) é o partido mais à esquerda do espectro partidário canadiano. Os outros dois maiores partidos são o Liberal e o Conservador. A nível Federal, o NPD nunca foi Governo, o qual é actualmente ocupado pelo Partido Liberal (centro-esquerda). No Canadá, a Educação é uma competência provincial, não federal.
Desde há muito que o Canadá, muito discretamente, é líder das causas fracturantes (a Austrália é outro exemplo). Existem várias razões para isso.
Primeira, o Canadá não é uma nação ou uma comunidade, no mesmo sentido em que Portugal é. O Canadá é um conjunto de nações ou comunidades (a maioria imigrantes) que habitam o mesmo espaço físico, e que vivem separadas umas das outras.
Segunda, o Canadá é um dos maiores países do mundo em extensão territorial (o segundo, logo a seguir à Rússia), com apenas 30 milhões de habitantes, dispondo de amplo espaço para que cada comunidade viva separada das outras e à sua maneira.
Terceira, é um país jovem com pouco mais de 100 anos de existência, e portanto aberto a novas experiências.
Quarta, tendo vivido lá, eu posso atestar que as regras da democracia são estritamente cumpridas no Canadá. Aos meus olhos, o Canadá é um verdadeiro país democrático, pois já nasceu democrático (coisa que Portugal não é, e onde a democracia foi sempre imposta por forma nada democrática - pela força das armas)
Independentemente das outras questões de que tratam os Guidelines, a recomendação mais importante é a de que as designações de "mãe" e "pai" sejam retiradas dos formulários escolares.
Daqui até legislar que não há "pai" nem "mãe" é um passo. Nesse dia, matou-se a tradição, porque o pai e a mãe (sobretudo esta) são os principais transmissores da tradição.
Naturalmente, a Igreja Católica já reagiu.
3 comentários:
A democracia, a liberdade e o respeito pelo próximo NÂO são, não foram e nunca serão garantes nem defesas para a estupidez, uma das mais frequentes doenças que não têm tratamento nem cura.
«A democracia não serve de antídoto à tirania — serve-lhe de maternidade; não a erradica, incuba-a».
Platão (427 aC–347 aC)
«A liberdade é o direito a ser diferente; e a igualdade é a proibição de o ser».
Nicolás Gómez Dávila
Com todo o respeito: vão virar todos filhos de chocadeira.
«Guidelines for best practices».
Há uns 25 anos, em medicina virou moda haver guidelines (normas). Para tudo: desde o enfarto até à caspa. Nos EUA, na Europa, neste país de trolhas.
Quem as faz? Umas comissões de médicos que não têm, como trabalho, observar doentes. Por estarem longe da realidade bolsam guidelines que, são pura ideologia. Há anos que não vêm doentes, nem se responsabilizam pelo seu tratamento.
Tudas as guidelines que tenho lido começam, ou terminam, com a afirmação de que estas são o produto de um grupo de trabalho. E que a responsabilidade de cuidar e decidir sobre alguém doente é, exclusivamente, do médico assistente. Ao tirar a água do capote, pergunta-se: então para que servem?
Em geral, as guidelines são uma colectânea de patetices, pois não falam da realidade mas sim de ideologias.
Em toda a minha vida aprendia-se por livros ou artigos científicos. As guidelines faziam-se nas nossas cabeças.
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