01 dezembro 2015

têm de se afastar

Quando era interno de cirurgia em Nova Iorque, há uns anitos atrás, um colega meu chinês confidenciou-me:
- Joaquim, estou a pensar abandonar a medicina e abrir um restaurante chinês.
- “Seriously?”- inquiri.
- Sim, sabes, nós tratamos os doentes, eles pagam-nos, mas saem aborrecidos. Se lhes amputares uma perna é natural que não fiquem contentes. O cliente que vai a um restaurante é atendido, paga e sai contente.
Sorri e concordei.
Se me permitem uma extrapolação, a coligação segurou o País num momento difícil, mas os portugueses não se sentem agradecidos, nem estão contentes. Foi como se lhes tivessem retirado um órgão, para lhes salvar a vida. Mesmo sem julgar o trabalho que foi desenvolvido, é evidente que há uma ambivalência nefasta, na população, contra o Sr. Passos e o Sr. Portas.
Estes cirurgiões da mula russa têm de se afastar, para serem substituídos por chefes de categoria, que nos possam servir pratos mais apetecíveis.

2 comentários:

zazie disse...

Quem devia afastar-se e desaparecer literalmente de cena, eram os infecciosos que espalham doenças que nem pragas na sociedade.

zazie disse...

Se o Birgolino percebesse alguma coisa de medicina, para além de "cosmética de lazer" sabia que quando existe uma praga infecciosa numa sociedade, a primeira coisa a fazer é procurar isolar o fulcro de onde emana.