14 outubro 2015

não revelou capacidade

Permitam-me que recorra a uma metáfora sobre o período que atravessamos. Terminada uma maratona, o vencedor, exausto, atira-se para o chão, enquanto o segundo classificado continua a correr até ao pódio, agarra a taça e declara-se vencedor. Perdi mas ganhei a taça...

É um pouco o que se está a passar com o Sr. Costa, o grande derrotado das legislativas que desatou a correr para o pódio como se fosse o vencedor.

Se recorro a esta metáfora é pelo seguinte motivo: as eleições são uma verdadeira maratona. São um desafio monumental à capacidade física, psíquica e estratégica dos candidatos. Os que não aguentam o desafio desistem e perdem. Em inglês costuma dizer-se: "if you can't take the heat, get out of the kitchen".

Os vencedores dão garantias de "aguentar o calor e de não estalar sob pressão", características que são necessárias para governar. Têm fibra!

Ora o Sr. Costa não revelou essa fibra. Conduziu uma campanha ziguezagueante, prometendo tudo a todos e recorrendo à demagogia mais patética. Estilo, a coligação chamou a Troika e foi mais troikista do que a Troika.

E portanto, não revelou nesta maratona (campanha) capacidade para governar o País.

9 comentários:

Ricciardi disse...

Quantos deputados tem o PS com estas eleições e quantos tem o PSD ??
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Se o CDS tiver uns 20 deputados parece-me que a bancada do PSD fica menor do q o do PS. Ou estarei enganado?
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Rb

Anónimo disse...

"E portanto, não revelou nesta maratona (campanha) capacidade para governar o País."

É óbvio. Está na hora de acabar com a palhaçada.

Ricciardi disse...

Eu penso que o PR só dará eventualmente posse a um governo de esquerda se sentir que os mercados não se assustarão. Se Costa conseguir que a percepção dos mercados é indiferente para o bom andamento das nossas taxas e níveis de rating o PR não deve ter dúvidas.
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Portanto o Costa tem de andar da perna e conseguir que alguns players internacionais importantes desvalorizem uma união à esquerda.
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Eu preferia um governo PAF com acordo parlamentar do PS. Penso até que é uma estrategia melhor sob ponto de vista tatico para o PS. A qualquer altura, quando sentir que pode, faz cair o governo. Dois anitos de desgaste bastariam. Eu fazia o oposto do costa. Forçava q a PAF fizesse medidas de austeridade contundentes. Ia mais longe que as troikas até exaurir o povo. Na altura certa deitava-o abaixo.
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Pronto. Mas compreendo o Costa. Ele não tem esse tempo político. Quer o poder já, como passos o quis quando botou abaixo o famigerado pec3 alegando q era austero demais.
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Rb

Bmonteiro disse...

Lembranças politicamente incorrectas:
Poderia Mr Passos ter convidado Mr Costa para m governo comum?
Ou a redistribuição de alguns milhares de cargos e funções no aparelho de Estado é impeditiva?
Para o PSD...como para o PS, no domínio do poder.

Anónimo disse...

Estavam com tanta coisa com os votos da emigração e afinal o PSD ganhou nos dois círculos eleitorais, ficando com 3 deputados contra 1 do PS. Nem os emigrantes querem os xuxas.

zazie disse...

eheheh

Harry Lime disse...

O Costa deixou a direita completamente pasokizada da vida. :-)

Rui Silva

Harry Lime disse...

Eu vou ser franco pela primeira vez na vida.

Eu esperava e até preferia uma coligação PaF-PS.

A coligação de esquerda tem demasiadas "moving parts" e é difiicl de gerir. Até porque as politicas efectivas são definidas em Bruxelas (o que poderia chatear as moving parts)

Mas a verdade é que isto é muito mais giro e quebra uma serie de tradições malsãs na nossa politica (o famoso "arco da governação"). É que apaentmente há 20% dos vosots dos portugueses são de segunda classe. E isso sim, é anti-democratico.

O resto é porrada, insultos e confusão e porrada, insultos e confusão é giro!

Rui Silva

Harry Lime disse...

Mas de resto, devo dizer que o Costa revelou-se um jogador de primeira água.

E se a coisa funcionar tanto melhor. Se a coisa não funcionar temos eleições daqui a 6 meses.

So waht? Não seria a primeira vez nem será a ultima. E nessa altura se o PaF tiver razão, o eleitorado dar-lhe-á a razão.

Pá, é um pais democratico.

Rui Silva