30 agosto 2015

assimetrias das economias

Não nos iludamos, a questão de fundo está por resolver: as uniões monetárias não aceleram a convergência, antes acentuam as assimetrias, entre as diferentes economias.

Comentário: Aqui está uma afirmação que carece de prova. Se tivéssemos uma economia capitalista, a união monetária teria acelerado o processo de convergência. Infelizmente, como temos uma economia socializada, a união monetária conduziu-nos à bancarrota.
A solução é abraçar com convicção a "democracia liberal e capitalista" ou sair do Euro. António Costa, contudo, "pensa" que a solução está na coesão (rima propositada). Estender a mão aos países do Norte para manter o socialismo nos países do Sul. António Costa não aprendeu nada com a crise grega.
Em abono da verdade, devo acrescentar que a postura do PS, nesta matéria, não anda muito longe da prática da coligação PSD/CDS. O governo acusado de ser o mais liberal de sempre também não abraçou a "democracia liberal e capitalista". Pelo contrário, sufocou qualquer perspetiva de convergência com o famigerado "enorme aumento de impostos", para manter o Estado de bem-estar pessoal (Estado Social) e empresarial ("crony capitalism" ou bem-estar empresarial).
Se me permitem uma metáfora, o PS quer-nos "pobrezinhos mas limpinhos, a sonhar com uma esmola" e o PSD/CDS quer-nos "pobrezinhos mas limpinhos, resignados com a nossa condição".
‹‹T'arrenego Satanás››, digam em coro

7 comentários:

Ricciardi disse...

Joachim, se não houvesse 'coesao' nem países existiam, quanto mais uniões de paises...
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Coesão é tratar diferente aquilo que é diferente. A interioridade minimiza-se com diferenciacao na alocação de recursos públicos e privados. A função dos capitais públicos é criar condições de atractividade para os privados investirem nas periferias. Por exemplo, baixando impostos às empresas e famílias.
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Na minha opinião cada região periférica do país devia ter zonas francas. Impostos directos a zero. Para nacionais e estrangeiros.
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Aliás, todo o rendimento gerado em qualquer parte do país devia ser taxado à taxa zero. Taxar o consumo destaxar a produção de riqueza.
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Há muitas iniciativas q deixam de ser implementadas devido aos impostos. Olhe, por exemplo, eu andei este verão a ver se investia na produção de frutícolas no Alentejo ou Algarve ou Madeira. Ainda não desisti, mas a porra dos impostos estão a pesar na decisão. Estou à espera de estudo final a ver se não compensa mais produzir noutro país quente e pagar transporte internacional.
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Rb

Ricciardi disse...

Em suma, a solução para países periféricos é serem actrativos para o investimento. Não é dar dinheiro. É não meter o Bedelho na criação de riqueza. E só podem ser actrativos se as empresas do centro da UE acharem actrativo. Os capitais públicos só tem que construir condições para isso: boa energia, comunicações, impostos.
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Rb

Euro2cent disse...

> Se tivéssemos uma economia capitalista

("If I were a rich man, ba da da da ...")

Esse cúmulo de felicidade não está destinado a pecadores perseguidos pelas fadas amigas (chiu, medo e respeitinho) como nós.

Tem um plano B, ou vai ficar nessa?

Rui Alves disse...

Joaquim
Caia de uma vez por todas na real. O capitalismo dá muito trabalho, por conseguinte não vingará nunca em Portugal.

Harry Lime disse...

Jaquim,

Tens razão... se não existirem mecanismos de transferencia de excendentes dos paises fortes para os fracos. O Keynes afirmou-o abertamente. O Yannis varoufakis repetiu-o!

Nos EUA existe. Num momento de crise, o Governo Federal tem mecanismos de transferencia dos estados ricos para os estados pobres em dificuldades. Há até estados que dadas as suas dificuldades estruturais necessitam dessas transferencia em permenaencia (ex: Alabama e outros estados do Sul). Há outros estados que são contribuintes liquidos penrmentemente (ex. connecticut).

E não há mal nenhum nisso: uma organização politica saudavel tem de ter estruturas que ajudem os seus membros mais fracos (quer sejam provincias, estados, paises, municipios ou mesmo individous e familias). Temos de proteger os nossos!

Rui Silva

Harry Lime disse...

O Rui Alves continua com a perspectiva de que os portugueses são estruturalmente inferiores aos outros. Já o Salazar a tinha...

Rui Silva

Rui Alves disse...

Caro Rui Silva
Pode parecer, mas não é essa a minha perspectiva. Os engenheiros portugueses são muito requisitados no estrangeiro. Em épocas passadas, no tempo em que predominava a emigração não qualificada, os portugueses mereceram sempre a melhor reputação de seriedade e capacidade de trabalho nos países por onde passaram.

Simplesmente a cultura portuguesa não é uma cultura de capitalismo. Um português, imerso num meio capitalista, progredirá como os outros. Todos os meus tios emigrados, um deles nos EUA, chegaram a comerciantes. Tivessem permanecido cá e (quer antes quer depois de Salazar) nunca teriam escapado à lavoura de subsistência. Basta ver que com todo o dinheiro e juros baixos que a UE nos injectou, não nos tornamos um país de empreendedores, pelo contrário, falimos empresas de gerações e endividamo-nos.