09 junho 2015

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A minha prisão constituiu uma enorme e cruel injustiça. Seis meses sem acusação. Seis meses sem acesso aos autos. Seis meses de um furiosa campanha mediática de denegrimento e de difamação, permitida, se não dirigida, pelo Ministério Público. Seis meses de imputações falsas, absurdas e, pior – infundamentadas, o que significa que o Ministério Público não as poderia nem deveria fazer, por não estarem sustentadas nem em indícios, nem em factos, nem em provas. Seis meses, enfim, de arbítrio e de abuso.
Aqui chegados, que cada um assuma as suas responsabilidades. A minha prisão foi uma violência exercida injustamente contra mim, mas foi-o de forma unilateral – foi-me imposta. Esse acto contou sempre com o meu protesto e o meu repúdio; nunca com o meu silêncio e muito menos com o meu assentimento. Agora, o Ministério Público propõe prisão domiciliária com vigilância electrónica, que continua a ser prisão, só que necessita do meu acordo. Nunca, em consciência, poderia dá-lo.
Comentário: A vitimização de Sócrates é da total responsabilidade do MP, vamos ver no que isto dá.

2 comentários:

Luís Lavoura disse...

Não é difícil ver no que vai dar.
Vai dar em que Sócrates nunca irá ser condenado, por não haver quaisquer provas contra ele.
Depois vai dar num processo contra Portugal no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Portugal pagará uma multa, mas isso será irrelevante para os magistrados e juízes que cometem esta asneira, porque não serão eles a pagar do seu bolso.

Anónimo disse...

E quando é que algum dos detractores da prisão do Sócrates se propõe a pagar por mim, o brutal aumento de impostos que tenho de suportar para pagar a «festa» que o Senhor ex-PM organizou quando governou Portugal? Isso é que era coerência...
António