10 maio 2015

questões técnicas e políticas


No sentido de dar algum merecido protagonismo à Professora Doutora Francisca Guedes de Oliveira, do conselho de sábios que produziu o famigerado documento “Uma Década para Portugal”, permito-me destacar os dois últimos parágrafos do seu artigo de hoje do Público: “Questões Técnicas e Políticas”.
Participei neste projeto com o único objetivo de envolvimento cívico. Tenho sido muito crítica de tudo o que foi feito nos últimos anos e sempre acreditei profundamente que havia alternativa: havia alternativa para fazer melhor no quadro da troika e da Europa (e não tenho dúvidas de que o trabalho apresentado o prova) e havia sobretudo alternativa à posição de submissão e de “bom aluno” perante os parceiros europeus. Devo dizer que esta simples expressão me cria alguma repulsa porque não somos nem devemos ser alunos de ninguém!
Finalmente, considero que ter feito parte deste grupo e trabalhar com alguns dos que considero, indiscutivelmente, dos melhores economistas nacionais foi um enorme privilégio e não posso deixar de louvar o Dr. António Costa por esta iniciativa única e que espero faça jurisprudência na forma de fazer política no nosso país.
Comentário: Ser bom aluno não é mau, é bom. Tanto no sentido literal como no figurado. O simples facto de estarmos, ou termos estado na bancarrota, demonstra que necessitamos de aprender a gerir melhor a coisa pública. Não é submissão, é realismo.
Os portugueses não querem fazer a triste figura do Varoufakis, que nem quer ser bom aluno nem apresenta alternativas viáveis. Quer ser mau aluno à custa dos bons alunos, por favor. Livrem-nos deste impulso suicidário.
O meu segundo reparo refere-se ao valor da iniciativa do António Costa de reunir um grupo de sábios para apresentar propostas económicas concretas. Quando se põe demasiado ao léu antes do casamento pode acontecer que este nunca se venha a realizar, precisamente porque se sabe demais. E neste caso ficamos a saber demais, ficamos a saber que entre o PEC/PS e o PEC/PSD-CDS as diferenças são mínimas.
Por fim, convenhamos que os políticos não fazem jurisprudência, de qualquer espécie. Eu já ficava grato se fizessem “prudência”.

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