Se for eleito António Costa irá, obviamente, governar ao centro. Tal como é evidente da leitura do documento parido pelo sábios economistas do PS (perdoem-me por agregar sábios e economistas na mesma frase).
O pobre do João Vieira Pereira identificou de imediato esta realidade afirmando aqui que o referido documento ‹‹está muito mais à direita do que seria de esperar›› e o resultado foi o SMS que os estrategas da campanha do PS lhe enviaram (nenhum líder político envia SMS's sem consultar os assessores, "capice"?).
Porquê? Porque o PS não consegue ganhar as próximas eleições com um PEC/PS indistinguível do PEC/PSD-CDS. Para derrrotar a coligação tem de tourear a esquerda, atraí-la com uns "capotazos" e, depois de vencer, eliminá-la com uma estocada fatal. Ora Costa já demonstrou, com o seu camarada Seguro, que é exímio no uso de armas brancas e que portanto está à altura da tarefa.
Assim sendo, Costa não pode tolerar que o acusem de "centro-direitismo". E tem de acenar constantemente à esquerda com medidas que acirrem a direita e o demarquem do centro.
Esta notícia do Expresso: "PS cria novos escalões de IRS para baixar os impostos... só para alguns" insere-se nesta estratégia. Acenar com a muleta vermelha enquanto esconde o estoque. Os que saltam a criticar esta proposta (com excelentes argumentos, diga-se) prestam um serviço útil ao PS, quer o saibam ou não. Estão a ajudar Costa na sua faena com a esquerda.
Se a esquerda à esquerda do PS se deixar tourear, Costa sairá em ombros. Se não, suspeito que sairá de padiola.
É a vida!
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