Fátima apareceu associada, recentemente, a
dois casos criminais em tudo distintos mas que ilustram uma certa filosofia.
No primeiro caso, um georgiano embriagado e
drogado, com cadastro por envolvimento noutros acidentes, atropela mortalmente cinco peregrinos de Fátima. Tenta fugir mas é impedido por um camionista.
No segundo caso, um empresário português é preso
pela PJ quando cumpria uma etapa da sua peregrinação a pé a Fátima.
Alegadamente terá lesado o Estado nalguns milhões de Euros em fraudes fiscais.
Os casos não têm qualquer relação entre si, a
não ser na Google News, quando se pesquizam notícias relativas a Fátima.
Presentes ao juiz, o georgiano vai para casa
com termo de identidade e residência e o português vai para a choça em prisão
preventiva.
Como não sou jurista não me vou pronunciar
sobre a justeza destas decisões. Apenas constatar o que qualquer pessoa de bom
senso pensará: então o georgiano não tentou fugir? E não tinha já cadastro? E
não há perigo de voltar a fazer o mesmo, sob a influência do álcool e de
drogas?
E o português, que não matou ninguém, não
poderia ter sido preso antes de sair de casa? E porque não ficar com pulseira
electrónica?
Não sei responder a estas perguntas, faltam-me
elementos e conhecimentos, mas não me falta bom senso suficiente para perceber
que algo está completamente distorcido no reino da justiça. Crimes de sangue são tratados de forma benigna e alegados crimes económicos são tratados de forma maligna.
É isto que queremos?
6 comentários:
Por favor Joaquim. Aqui só se mostra a sua xenofobia gritante. Está a confundir um homicídio à mão armada a um resultante de acidente de viação!!!
...E ainda há o caso do Sócras, que muito incómodo causa ao Joaquim.
gaudio
"...a um resultante de acidente de viação!!!"
Uma pessoa que conduz embriagada assume os riscos inerentes ao ato, alem disso demonstrou falta de respeito as leis com sua fuga e o seu cadastro anterior demonstra padrão de comportamento avesso ao cumprimento das leis
O post chama atenção para a inversão de valores que há na sociedade portuguesa. Já havia reparado isso anos atrás em sua evolução fazendo a comparação com o Brasil.
Aqui, presos recebem indultos por bom comportamento na prisão mesmo que tenham cometido crimes em saídas precárias anteriores.
Pessoas que cometem erros de processo industrial que causem mortes estão sujeitas a penas superiores de prisão do que homicídio a mão armada.
A abulia de um povo ruminante, impávido perante a "justiça" que lhe impingem.
Mas havendo telenovelas ,tanto na tv como no no dia-a-dia, e futebóis, "no pasa nada".
Só temos o que merecemos, como povo menor que realmente somos.
Depois do grito esfarrapado da geração de 60: «DOIS, TRÊS, MUITOS VIETNAMES», só o grito de "DUAS,TRÊS - QUANTO MAIS MELHOR - FÁTIMAS, poderá salvar a Europa do domínio dos infiéis capitalistas/protestantes.
Ou não será bem assim? É que esta gente nunca se deu bem com a concorrência...
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